Moxie


Vivian Carter está cansada. Cansada da direção da escola, que nunca acha que os jogadores do time de futebol estão errados. Cansada das regras de vestuário machistas, do assédio nos corredores e dos comentários babacas dos caras durante a aula. Mas, acima de tudo, Viv está cansada de sempre seguir as regras. A mãe de Viv era dura na queda, integrante das Riot Grrrls nos anos 90. Inspirada por essas histórias, Viv pega uma página do passado da mãe e cria um fanzine feminista que distribui anonimamente para as colegas da escola. É só um jeito de desabafar, mas as garotas reagem.  Logo Viv está fazendo amizade com meninas com quem nunca imaginou se relacionar. E então ela percebe que o que começou não é nada menos que uma revolução feminista no colégio.
📖Skoob 👍Avaliação Final: ⭐💖


Vivian Carter é o exemplo de como uma boa menina deve ser aos olhos de uma sociedade acostumada a ter as mulheres em segundo plano por anos.  Apesar de ter crescido ouvido as histórias da época em que sua mãe era jovem e queira mudar o mundo, fazendo parte das Riot Grrrls,  ela cresceu sendo uma boa filha, neta, aluna e ao seu ver uma boa amiga. Vivian nunca se envolveu em confusões. Sua meta para o ensino médio, assim como a de suas amigas era ser invisível e conseguir entrar em uma boa universidade deixando para trás todas as excentricidades de uma cidade do interior do Texas que vive em função do time  escolar masculino de futebol. 

Porque acredito do fundo do meu coraçãocérebrocorpo que as meninas são uma força revolucionária que pode — e vai — mudar o mundo de verdade. 

O plano de Viviam está correndo conforme o planejado, porém, quando uma nova aluna é humilhada durante uma aula por um dos astros do futebol da escola e o professor não faz nada, algo dentro dela começa a ferver. Ainda que ela não consiga  reunir coragem para fazer algo no instante do ocorrido ou pelo menos tentar se aproximar da garota ela sabe que tem algo muito errado acontecendo ali. 
Moças, peço especialmente a vocês que fiquem atentas às suas roupas e não esqueçam que o recato é uma virtude que nunca sai de moda. 
Em um momento de pura raiva e inspiração Vivian encontra forças nas antigas lembranças de sua mãe e decide ser um pouco mais como as garotas Riot Grrrls (é um movimento punk feminista underground que teve inicio no inicio da década de 1990 nos EUA), e resolve criar uma zine (um zine é um trabalho auto-publicado de pequena circulação de textos e imagens originais ou apropriados, geralmente reproduzido via fotocopiadora), denominada Moxie para que todas as meninas saibam que elas não estão sozinhas e quem sabe juntas possam mudar algo na escola. 

Ele nunca vai entender como é pensar duas vezes toda vez que você for vestir uma roupa ou sentar ou andar ou ficar em pé, porque você pode acabar chamando  atenção no bom sentido, ou pior no mau sentido. Ele nunca vai conseguir saber quão assustador e enlouquecedor  é sentir que você é propriedade de um Menino Monstro qualquer que resolve que pode passar a mão em você e te agarrar e te avaliar quando e onde quiser.

Já na primeira edição Vivian vê que a Moxie tem um proposito bem maior do que ela pensou e não demora muito para que a zine comece a gerar burburinho na escola. Quando ela se dá conta está fazendo amizades com garotas que ela nunca havia conversando antes, conhece um garoto incrível que não acha que suas ideias e atitudes sejam "algo ruim".  E o melhor de tudo ela consegue dar voz enquanto encontra a sua mostrando que quando as garotas se unem ninguém consegue segura-las! 

Não humanista, igualitarista ou sei lá o quê. Feminista. Não é uma palavra feia. A partir de hoje essa talvez seja minha palavra preferida. Porque na verdade é só isso, meninas que apoiam umas às outras e querem ser tratadas como seres humanos num mundo que sempre encontra um jeito de dizer não.

Moxie é um livro inteligente que traz consigo uma mensagem importantíssima. Gostaria de ter lido algo assim na minha adolescência, algo que falasse na importância de termos nossa voz, que incentivasse a sororidade (ainda que não tivesse conhecimento dessa palavra na época), ao invés de uma competição entre garotas, que não é certo nossas opiniões serem descartadas por sermos garotas e que não está tudo bem os garotos fazerem o que bem entenderem e que tenhamos que nos diminuir ou pior nos anular para que eles se sintam cada vez mais incríveis, assim como seu atos estúpidos serem justificados por serem apenas adolescentes enquanto as garotas são punidas e julgadas a todo instante por sua maneira de agir e reagir. Outro ponto a ser destacado é vermos durando a leitura a diferença dos problemas das meninas de modo geral e quando segmentamos em brancas, negras, latinas...


Nós devolvemos o grito, abafando a voz dele. Nossas vozes são tão altas. Tão grandes. Tão fortes. Tão bonitas.  

A autora acertou em cheio na forma que criou o enredo e abordou a temática. Vivian apesar de ter crescido com uma mãe feminista e rebelde não compartilhava os menos ideais, para ela era algo legal em outra época, mas hoje em dia pode trazer problemas desnecessários, porém vemos como ela vai aprendendo a importância do feminismo ao mesmo tempo que ensina a outras meninas. O romance colocado dentro da história casa perfeitamente com a mensagem que a autora quer passar, os garotos  por mais que apoiem as garotas nunca vão saber como é ser uma garota, então provavelmente irão ser babacas sobre algo que acreditemos ser importante, afinal ninguém é perfeito, mas cabe a nós deixamos claro o que é importante e ajuda-los a compreender o nosso lado e se ele não estiver disposto a isso, então amiga pratique o thank u, next!

Por fim minha dica é leiam, compartilhem e sejam um pouco Moxie (forma de denominar uma garota que tem atitude, coragem, determinação) também! 

Dica não deixe de conferir também: Vox - Sejamos Todos Feministas - Heroínas - 13 segundos - O Ódio Que Você Semeia.  

7 Comentários

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  1. Já me encantei pelo livro só lendo essa resenha maravilhosa! Você arrasou demais, e já está na minha listinha de desejos. Adorei o conteúdo do blog!

    Beijos e sucesso :)

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  2. Oi, tudo bem? Que indicação mais diferente. Não conhecia. Achei incrível a diagramação, com certeza desperta e muito a curiosidade dos leitores. O mais importante são as reflexões que ele traz. Fiquei curiosa pra ler. Beijos, Érika =^.^=

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  3. Adorei a capa e a premissa desse livro, e as suas fotos mostraram que essa edição é linda! Fiquei super afim de conferir <3

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  4. Gente que livro incrível! Nunca ouvi falaz, mas já amei! Os quotes que você selecionou são ótimas e o livro é muito necessário no momento em que vivemos!

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  5. Eu fiquei toda arrepiada lendo a sua resenha. Essas quotes me deixaram louca para ler o livro. Mesmo se passando um ambiente escolar, coisas que eu costumo não gostar tanto, parece tão legal. Revolução é uma palavra feminina! Quisera eu que algo semelhante tivesse acontecido na minha época de escola. Eu teria tomado consciência de muita coisa muito mais cedo. Parabéns pela resenha e pela indicação! <3

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  6. Gentee, amei essas citações do livro! O ambiente do livro parece algo agradável, e satisfatório, pois é muito legal ter algo assim, dando força ao feminismo principalmente nas escolas. Sabemos que nas escolas tem muitos grupos de garotos e o que mais fazem é merda e comentários machistas. Ter um cenário revolucionário na escola é bem legal e adorei o estilo do livro com desenhos e talz.

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  7. NOSSA quero ler esse livro AGORA!!! Amei muito ele e as ilustrações, amo livros que falam de feminismo. 😍

    Beijos, Gi.
    www.blogdicasdagi.com.br

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