Simpatias para beleza

 

Boletinhos é o guia perfeito para te acompanhar nessa jornada. O livro explica de forma clara e descontraída como organizar as suas finanças, economizar um pouquinho todo mês e criar hábitos financeiros mais saudáveis. E, como a vida vai muito além do dinheiro, você também vai encontrar orientações sobre assuntos que sempre causam confusão: como montar o currículo perfeito? Como declarar o imposto de renda? Dá para começar a investir já no início da carreira?

Alan Soares criou o @boletinhos para levar aos jovens informações mais acessíveis sobre finanças. Agora a página no Instagram virou este guia que mostra como a vida adulta, apesar de complicada, também pode ser a nossa melhor fase -- com independência e liberdade para trilharmos o nosso caminho.

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Falar sobre finanças de uma forma descomplicada e descontraída e não  lembrar da Nathalia Arcuri, do Me Poupe! é uma tarefa quase impossível, ainda assim Alan Soares conseguiu trazer algo novo, conversando principalmente com um público que está dando seus primeiros passos na vida adulta e educação financeira não era uma pauta debatida dentro de casa nem na escola. 

 Os recém-adultos são muito parecidos com os recém-nascidos: também precisam, de alguma maneira, aprender a caminhar com as próprias pernas.

Não conhecia o trabalho do Alan até me deparar com o lançamento deste livro. Ao longo da narrativa o autor reuni exemplos práticos, situações reais, planilhas e exercícios, detalhes esses que deixam a leitura mais interativa. Porém,  o que eu mais gostei foi o fato do autor trazer um contexto histórico sobre a economia brasileira ainda que de forma rápida nos fazendo refletir sobre e o motivo de alguns hábitos enraizados em nossos pais e avós  relacionados a finanças e  como isso nos impactou/impacta.

Apesar de o dinheiro se basear em números, vou dizer algo que pode ser surpreendente: ele não é uma ciência exata. Na verdade, é muito mais de humanas! Por um simples fator: as pessoas. Somos nós que damos vida ao dinheiro. Sozinho, ele não passa de pedaços coloridos de papel e números abstratos.

A forma de organizar os capítulos e abordar o assunto com quem lê  é feita como uma conversa entre amigos, com uma linguagem acessível e que combina perfeitamente com o público alvo (se você curte uma vibe astrológica vai amar as referências). Como nem tudo é perfeito senti falta de alguns detalhes, mas após finalizar a leitura entendi que a proposta aqui é dar uma luz para quem está entrando na vida adulta agora e despertar a curiosidade para saber mais sobre o assunto e colocar a mão na massa. E neste caso o livro cumpre bem o seu propósito.

Somos adultos com uma lombar de idoso e uma carteira de adolescente. 

Algo que acho que vale a pena destacar aqui é que o autor trouxe muito além do que dizer como dar os primeiros passos para que sua saúde financeira seja saudável. Ele dá dicas por exemplo do que é necessário para ingressar na vida universitária (documentação e afins), tirar a CNH, ter o primeiro apartamento, declarar o imposto de renda ou simplesmente aprender a preparar a própria refeição e não viver apenas a base de miojo e delivery. Então se você já tem uma noção sobre finanças talvez ache este livro bem básico, agora se você se sente um estranho no ninho, talvez esse livro te ajude a encontrar seu lugar na vida adulta. 

Se você tem um salário de 1200 reais, já ganha mais do que metade do país. Isso aí, 50% dos brasileiros vivem com menos de 1200 reais por mês. E o choque cresce de forma progressiva, porque quem ganha 2 mil reais recebe mais do que 80% da população. Com 3 mil reais mensais, você já recebe mais do que 90% do povo.

Boletinhos é leitura rápida, divertida e bem instrutiva, podendo ser lido em apenas algumas horas, mas recomendo que você leia aos poucos e vá colocando o que foi aprendido em prática, aproveite para fazer uma pesquisa extra sobre os assuntos comentados em cada capítulo, converse com seus amigos e com sua família sobre, afinal falar sobre dinheiro não precisa ser mais um tabu. O primeiro emprego, os boletos que não param de chegar, as contas que não fecham, a vida social atribulada... Pois é, ninguém falou que ser adulto era fácil, mas você não precisa passar por esse momento sozinho.