1-Qual seu nome e idade? E nos conto um pouco sobre a sua escolha do
curso.
Meu nome é Mayara
Castro, tenho 19 anos. Quando eu tinha 14 pra 15 anos, meus pais me mudaram pra
uma escola bem focada pro vestibular, então desde cedo eu fui obrigada a pensar
na minha escolha. Desde sempre escrever é mais que passa-tempo, é necessidade,
então já sabia que cursaria alguma coisa que envolvesse isso. Quando eu tinha
uns 13 anos, minha professora de redação me chamou num canto e me aconselhou a
fazer jornalismo. Eu comecei a pesquisar e decidi, no colegial, que era o
ideal pra mim.
2-Qual curso você faz e qual semestre está cursando? Sua faculdade é
pública ou particular?
Eu
estou terminando o 4º semestre de Jornalismo na Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP). É pública.
3-Este é o curso que você queria desde o Início?
Quando
a gente é pequena, a gente sonha em ser médica, veterinária, modelo, mas aí a
gente cresce e vê que não tem nada a ver, né? hahah Comigo não foi diferente.
Mas assim que entrei em contato com a literatura, ficou bem claro que meu rumo
era o Jornalismo mesmo. Quando saiu a lei que derrubava o diploma do
jornalista, minha família me incentivou a mudar minha escolha, cheguei a ficar
bem balançada com Direito e Publicidade e Propaganda. Mas no dia da inscrição
não teve jeito, coração bateu forte e foi Jornalismo.
4-Quais eram sua impressão sobre o curso antes e agora que está
finalmente o cursando? Você superou suas expectativas?
Bom,
todo jornalista tem aquele quê de escritor. E por escrever no blog pessoal,
acha que sabe escrever. O que eu aprendi entrando na faculdade é que na
realidade a gente não sabe nada de técnica. Sabe muito de sentimento e muito de
botar pra fora, desabafar. Mas o jornalismo é mais que isso, é, além de se
expressar, fazer com que os outros entendam. Eu comecei a revisar meus textos e
vi que muitos nem faziam sentido. Então, com certeza o curso me surpreendeu.
Mas por outro lado, a gente espera que, por ser uma faculdade pública
conceituada, teremos aulas com professores engajados, renomados e super
interessados. Mas isso é fantasia, gente, não existe. Tem muito professor bom,
mas tem muito professor acomodado também.
Não dá pra deixar tudo na mão deles, cada um tem que correr atrás e fazer seu
próprio curso.
5-O curso que você queria tinha em sua cidade/estado ou você teve que se
mudar para outro lugar? Caso você tenha tido que se mudar como foi todo o
processo de adaptação? O que mais você sentiu dificuldade?
Ter,
tinha. Eu sou de São Paulo, então tinha um leque de opções. Na realidade, eu
cheguei a prestar USP mas não queria ficar em São Paulo. Prestei e passei
também na PUC de SP. Eu, como tantas outras adolescentes de 17 anos, sonhava em
conhecer o mundo. Eu passei na faculdade direto do colegial, então tudo o que
eu almejava era liberdade. Meu foco era a UNESP mesmo, que fica em Bauru, 350km
de distância da minha casa. Meus pais prefiriam que eu fizesse PUC, mas a
escolha era minha e eu optei pela UNESP. Os primeiros meses, por incrível que
pareça, foram os mais fáceis. Primeiro porque eu estava experimentando coisas
novas, conhecendo gente nova e lugares novos. Tudo era novidade e então não
dava tempo nem pra sentir saudade. Depois, as coisas começaram a complicar.
Quando você mora fora, você é obrigado a conviver com gente que você não
conhece e nunca viu na vida. Tive péssimas experiências em dividir apartamento
com gente completamente louca. Você precisa aprender a lidar com seu dinheiro,
suas responsabilidades. Não tem mais mamãe e papai pra correr pro hospital com
você de madrugada, entende?? Enfim, muita coisa mudou. A liberdade veio, sim,
mas trouxe com ela a responsabilidade. Depois de um tempo você se acostuma e
lida melhor com as novas questões que fazem parte do dia-a-dia, tipo, cozinhar,
lavar, passar, limpar.
6-Com a mudança do ensino médio para faculdade existe algumas
diferenças. Qual foi a mudança que mais de agradou e qual a você menos gostou?
A
melhor mudança é você não precisar passar horas estudando coisas que você
odeia. Quando você opta por um curso você faz aquilo por gosto, paixão, e não
obrigação. (Claro que tem matérias dentro do próprio curso que você não vai
curtir, mas é menos pior, garanto! hahaha)
A pior mudança foi crescer. Sei lá, a gente passa a
vida sonhando em crescer, poder fazer as coisas. Mas a gente não tem noção que
as coisas tem dois lados. Um lado é ótimo, é toda a liberdade que eu já
comentei. O outro é tudo o que isso acarreta: quebrar a cara, achar que sabe
tudo e descobrir que não sabe nada, etc. A verdade mesmo é que uma adolescente
de 17 anos não tem preparação pra enfrentar a vida sozinha, que é o que
acontece quando a gente vai fazer faculdade em outra cidade. Mas aí a gente
aprende na marra né, não tem jeito.
7-Qual sua dica para quem vai prestar vestibular em breve? Qual foi a
estratégia de estudo que você usou e aprovou?
Bom,
a questão é o seguinte: você não vai aprender todo o conteúdo em um mês. Então,
comece a se preparar cedo. Os três anos do colegial devem ser bem aproveitados,
o que não te impede de ter vida social. Equilíbrio é a palavra-chave.
Estratégias de estudo não funcionam, você precisa encontrar o que dá certo pra
você. Eu costumava pegar pesado de segunda a sexta. Na sexta eu não costumava
sair, descansava da semana. Sábado eu extravasava e aproveitava minhas amigas.
Domingo era dia de me recuperar pra não começar a semana cansada. AH, isso é
fundamental. Mente cansada não aprende. Eu, inclusive, tive um problema no
último semestre que eu não me lembro o nome técnico, mas basicamente eu tava
tão cansada que não conseguia mais absorver conteúdo nenhum. Por isso, ressalto
o equilíbrio.
8-Fale um pouco do seu curso, como é a grade, as possibilidades de
mercado, vantagens e desvantagens?
A
grade curricular de Jornalismo é diferente em cada instituição de ensino. A
Puc, por exemplo, tem uma grade mais voltada pro mercado de trabalho direto. Já
a UNESP, tem um cunho social, então você aprende a não só escrever e repassar
informação, mas a fazer tudo isso tendo uma relevância social. Mas, no geral, a
grade integra Jornalismo Impresso, Jornalismo Radiofônico, Jornalismo
Televisivo, Jornalismo Digital, Ética, Legislação e as teóricas que passam
desde a história da comunicação até os dias de hoje.
Como possibilidade de mercado, a gente é preparado
pra atuar em todas as áreas (Tv, rádio, impresso, internet), além da assessoria
de imprensa, que é uma área um pouco diferente do jornalismo em si mesmo.
Vantagem e desvantagem tem em qualquer curso, a
questão é você decidir se é aquilo mesmo que você quer pra sua vida. Eu vejo
como desvantagem o salário relativamente baixo. Mas vejo como vantagem viver do
que eu amo. Então vale a pena.
9- Conte nos um pouco sobre a sensação desta nova fase, o que mudou em
sua vida? A e também nos conte como foi seu trote?
Hahahahaha
o trote é a melhor parte, sério! Realmente os veteranos fazem os bixos de
idiota, mas quando você entra, você tá tão feliz que você nem se importa. Eu
tive dois trotes. O primeiro foi uma semana antes das aulas começarem, fui pra
Bauru pra fazer minha matrícula e assim que sai, os veteranos estavam esperando
com tintas, farinha, ovo, etc. Foi muito legal, me fizeram dançar, cantar, etc.
Inclusive conheci no trote a menina que morou comigo no ano seguinte, amizade
que dura até hoje. O segundo trote foi no primeiro dia de aula, quando nos
pintaram de novo, fizeram algumas brincadeiras e teve o clássico juramento, que
na realidade é feito pelos veteranos e com piadas internas deles. Mas o legal
de levar o trote, é que você sabe quão importante é fazer um trote legal. O meu
trote foi legal, então eu quis fazer um trote legal pros meus bixos.
A sensação dessa fase é refrescante. Tudo é muito
novo. Antigamente, a menina só saia de casa pra se casar. Hoje as coisas são
diferentes. Eu sai menor de idade, nem podia assinar as coisas. Precisei muito
do apoio dos meus pais no começo, mas depois a gente aprende a se virar.
10-O que você poderia dizer para nossos leitores, que você acha
importante para quem esta fazendo vestibular e para aqueles que já estão na
universidade?
Eu, particularmente,
acho que com 17 anos, que é a idade que a gente deixa o colegial, a gente é
muito novo pra decidir o que quer fazer da vida. Então, ter dúvida é
completamente normal. Se você não sabe o que quer, vá para o cursinho. Estudar
um ano a mais e ter uma decisão certeira é muito melhor do que pular de curso
em curso e não gostar de nada. E estude, estude muito porque vai valer a pena.
Depois que você tá dentro, aí é só aproveitar!
Eu já quis ser jornalista, mas acabei deixando de lado, não sei porque apesar de gostar de escrever, porque assim pra minha escolha eu tenho que gostar muito da profissão e também tem que ganhar dinheiro djsldkja
ResponderExcluirbeijos
blog-cereja.blogspot.com
Adorei o post! É muito importante se preparar bem pro vestibular, não é?
ResponderExcluirwww.deliriosdegarota.com
Adorei a postagem,acho que grande parde de blogueiras já sonharam em ser jornalista, eu já. Mas agora quero mesmo é fazer psicologia (:
ResponderExcluirhttp://1mundoteen.blogspot.com.br/