Uma Saudade recorrente

 

Foto de Alex Ivashenko via Unsplash


Dizem que saudade é tudo aquilo que ficou depois que algo que a gente ama se foi. Dizem que ela tem nome, endereço quiçá Instagram.  

Ultimamente tenho pensando nisso, não no que dizem, mas na saudade em si. Ando sentido uma saudade absurda daquilo que não se foi, mas que de algum jeito eu sei que está indo, todos os dias, um pouquinho mais. Ela não tem endereço fixo, anda por todos os lugares e não se limita a apenas um nome.



Anteontem senti saudades do café passado na hora da dona Maria, uma senhora simpática que administrava a cantina da escola. O que mais me surpreendeu é que eu nem gosto de café.  Ontem não foi muito diferente me peguei relembrando os domingos jogando vôlei na praia ouvindo o barulho do mar, sentindo o calor do sol e a areia macia sob os pés.



Hoje estou aqui com a casa cheia, mas sentindo saudade da época em que a gente sentava na padoca do seu Zé dividindo uma coca gelada depois de um dia puxado na faculdade. Nós jogávamos conversa fora, tinha olho no olho, falávamos sobre tudo e sobre nada. Agora cada um está com os olhos no próprio celular, a conversa mais longo foi um dia desses no grupo do WhatsApp graças ao um meme que já nem lembro que enviou. 



Ando tento saudades de quando a gente tinha tempo de ir na locadora e passava horas para escolher um filme ruim, de comer brigadeiro de colher sem precisar se preocupar com as calorias, de poder sair de casa sem se preocupar se vai voltar, de ligar a TV e está passando desenho ainda que eu já tenha passado um pouco da idade do público alvo. Tenho tido uma saudade recorrente de momentos que não estou vivendo, de um tempo não tão distante que está ficando para trás pela velha desculpa do amanhã a gente marca, hoje não dá, ando tão sem tempo, quem sabe outro dia...





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