Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas


Misturando humor, argúcia e profundidade, Ruth nos faz refletir e questionar (pre)conceitos e (in)certezas, recorrendo tanto a autores consagrados quanto à boa e velha sabedoria de boteco. Uma leitura atual e necessária.

Esta frase – Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas – vem sendo uma companheira diária que me faz refletir sobre os papéis que desempenhamos. Acima de tudo, ela me faz questionar. Por que estamos tão cansadas? Por que sentimos que o mundo está pendurado nos nossos ombros? Por que ainda temos tantos medos e tantas dúvidas, mesmo nos assuntos mais básicos? Por que ainda pensamos tantas vezes antes de dizer alguma coisa? Por que ainda achamos que nosso trabalho é um concorrente da nossa família? Por que ainda nos cobramos um tipo de corpo que sabemos que não precisamos nem conseguimos ter? Só de pensar nisso tudo já dá para ficar exausta. E não teria como não ficar. Mas pode ser mais leve se a gente abandonar alguns penduricalhos que realmente não precisam estar ali. Vamos tentar, juntas, nos libertar deles.

📖Skoob 👍Avaliação Final:    

Apenas faça o que você quiser na sua vida, porque, seja como for, vão julga-la todo santo dia pelo que você é. 

A primeira vez que ouvi falar sobre Ruth Manus foi em 2018 quando ela lançou o livro Um dia ainda vamos rir de tudo isso, na época achei o título interessante, mas nada que despertasse meu interesse imediato para a leitura. Já esse ano quando me deparei com Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas imediatamente já adicionei mentalmente na minha lista de preciso ler e cá estou compartilhando o que eu achei dessa leitura. 

O feminismo abraça cada uma de nós na nossa individualidade e nas nossas escolhas. 

Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas é aquele livro que poderia perfeitamente ser uma conversa entre amigas em sexta-feira em volta de uma mesa em um barzinho ou em um almoço de domingo em casa. A forma que Ruth escreve é leve e descontraída, ainda que aborde temas sérios e de grande importância para todas as mulheres, até mesmo aquelas que dizem não se importar com o assunto. Digo mulheres, isso mesmo no plural, porque a autora ao decorrer de sua narrativa deixa claro que falar sobre mulheres no singular não faz sentido, não somos todas iguais, mesmo compartilhando algumas similaridades. Somos plurais e essas pluralidades merecem ser respeitadas.   

O segredo está exatamente em nos sentirmos à vontade para sermos o que somos, sem que haja uma constante preocupação de estarmos frustrando as expectativas da sociedade. 


A cada novo capítulo, cada nova informação somos lembradas que não estamos sozinhas, não somos chatas, ainda que muitas vezes nos definimos assim, não fazemos drama por nada, não há nada de errado em ser mulher. Ou talvez nosso farto seja exatamente o fato de termos nascido do sexo feminino e desde muito cedo ser atraída a nós uma grande responsabilidade que muitas vezes nem é nossa e junto com ela a culpa. A culpa por não ser suficiente ou por ser extraordinária, por não conseguir fazer tudo aquilo que acreditam que devemos fazer, assim como por quanto conseguimos concretizar além do que foi esperado. Vira e mexe sofremos com a síndrome do impostor e os dilemas do dia a dia, que a cada dia que passa diminui a nossa voz e nos faz querer caber em algo que nem temos certeza se queremos fazer parte. 

É realmente exaustivo ter que explicar o porquê —  quando frequentemente nem há um —  dos nossos gostos e decisões, sobretudo aqueles que acabam por se desviar daquilo que se considera como "normal" para uma mulher.


Ruth compartilha experiências e nos faz refletir e querer debater sobre cada assunto abordado durante a leitura. É até engraçado pensar como um livro com tão poucas páginas (192), pode despertar tantos sentimentos e pautas para conversa.  Poderia ser uma leitura rápida daquelas que lemos em apenas um dia, e talvez você faça isso. Mas acredito que esta é uma leitura para se ler aos poucos, absorvendo e tentando compreender tudo aquilo que nos é apresentando e quem sabe se tiver com um tempinho de sobra buscar as fontes que a autora cita durante o texto. 

Egoísmo e falta de amor é julgar a decisão de outra pessoa inserida num contexto que não é o seu.

Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas é tipo aquele empurrãozinho que a gente precisa às vezes em uma manhã de segunda-feira para levantar da cama e fazer o dia ser bom. A forma que Ruth nos incluí na conversa através da sua forma de escrita, sem dúvidas faz toda a diferença, fato esse que fez o livro entrar para minha lista de  melhores leituras do ano. Já quero conhecer outros livros da autora sem dúvidas, e espero que você também se animem a conhecer o livro e a autora! 

Ah, e see você não saber o que dar de presente para sua amiga, mãe, irmão, tia, vizinha e afins neste final de ano ente livro pode ser uma ótima opção, então fica a dica! 


Histórias salvam a sua vida. Histórias são a sua vida. Nós somos as nossas histórias.



5 Comentários

Olá! Sua opinião é muito importante para nós, fique à vontade para comentar. Obrigada pela visita e volte sempre!

  1. oi!
    Eu adorei a dica :D parece ser bem interessante, eu não conhecia o trabalho da Ruth

    ResponderExcluir
  2. Amei.
    Sua resenha me deixou louca para ler. São livros assim que precisamos ter em nossa cabiceira para nós dá forças em momentos obscuros. Amo livros assim. Já está na minha lista.

    ResponderExcluir
  3. Oi! Tudo bom?
    Eu não conhecia nem a autora nem os livros dela, mas adorei essa dica. Esse é o tipo de livro que nos, mulheres, precisamos ter sempre à mao para dar forças no momentos em que parece que não vamos aguentar mais!
    Abraços,
    Literalize-se

    ResponderExcluir
  4. Penso que essa deve ser uma leitura interessante até para os homens, para estes entenderem melhor aquilo pelo que as mulheres passam. É também uma boa prenda de natal para namoradas. Obrigado por dar a conhecer.

    ResponderExcluir
  5. Ótima dica, parece ser uma boa leitura realmente.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

@profanofeminino