A série do canal Freeform The Bold Type, estreou nos EUA em julho de 2017, mas apenas fiquei sabendo dessa preciosidade agora em agosto de 2018, ou seja, pouco mais de um ano do lançamento de sua primeira temporada, porém não precisei de mais que alguns minutos para saber que precisava falar sobre essa série com vocês.
Crescemos acompanhamos séries e filmes onde geralmente vemos as mulheres disputando uma com a outra e chegamos a acreditar que isso era normal, que era uma competição saudável, algo típico do sexo feminino, então tudo bem. Mas quando nos deparamos com histórias que nos mostram que as cosias não precisam e nem devem ser assim, que nos apresentam a importância de vermos mulheres se apoiando e fortalecendo um laço de amizade e não disputando percebemos que não está tudo bem e precisamos falar sobre isso.
Com roteiro de Sarah Watson, que também trabalhou em séries como Parenthood, Pure Genius e As Visões da Raven, The Bold Type inspira-se na vida da executiva Joanna Coles enquanto editora chefe da revista Cosmopolitan. Atualmente a série está em sua segunda temporada e com a terceira já confirmada. Cada temporada é composta por 10 episódio de cerca de 45 minutos, ou seja é bem tranquila de acompanhar.
A trama gira em torno de três amigas: Jane, Kat e Sutton, e acompanhamos a vida e a rotina de trabalho das protagonistas na revista Scarlet, uma revista voltada para o público feminino, enquanto tentam encontrar suas próprias vozes num mar de líderes intimidadores. Juntas, elas exploram temas de sexualidade, identidade, amor e moda.
Jane (Katie Stevens): é considerada a personagem central, cresceu tenho a revista Scarlet como uma irmão mais velha sempre disposta a ajudar, fato esse que faz que trabalhar na revista seja algo muito maior que ter apenas um emprego. Depois de 4 anos ela acaba de receber uma promoção e deixa de ser assistente para integrar o seleto grupo de escritores da revista, porém ela não quer apenas ser mais uma redatora de moda, ela quer mais e não tem medo de correr atrás disso.
Kat (Aisha Dee): foge totalmente dos esteriótipos que estamos acostumadas a ver sobre uma garota negra na televisão, ela pode ser vista algumas vezes como uma garota mimada, porém é o seu jeito de não abaixar a cabeça que faz ela se destacar. Ousada a diretora de mídias sociais da Scarlet, usa as redes sociais para posicionar a revista e lutar por causa nas quais tanto ela quanto a empresa acreditam.
Sutton (Meghann Fahy): ela está se esforçando para deixar a vaga de assistente e seguir seu sonho de trabalhar com moda. Envolvida em um caso amoroso com um dos executivos e membros do conselho da revista ela terá que que achar um equilíbrio entre o amor e o sucesso profissional.
Agora que você já conheceu um pouco da história e das personagens, listei alguns motivos do porquê você deve dar uma chance para The Bold Type.
Empoderamento, Sororidade e Feminismo
Todas as mulheres são empoderada e inspiradoras, cada uma a sua maneira. O feminismo é algo orgânico dentro da trama, não é uma série que está tentando ser feminista, ela simplesmente é. Por exemplo a revista Scarlet não é sobre agradar os homens, mas sim empoderar suas leitoras, para que elas possuam as ferramentas para irem atrás do que desejam sejam no campo pessoal, social, profissional ou sexual.
Porém a série se destaca pelos relacionamentos que constrói ao longo da trama. Temos três mulheres que se amam e que apoiam umas às outras de uma maneira natural e honesta. Jane e Kat fazem tudo o que podem para ajudar Sutton a ter sucesso na vida. E Sutton, por sua vez não tem ciúmes de suas amigas mais bem sucedidas, ela apoia, incentiva e comemora junto cada conquista. Não há julgamento entre as três, e quando elas entram em desacordos, elas são rápidas em admitir que estavam erradas e pedem desculpas. Infelizmente, é incomum ver amizades femininas tão saudáveis na televisão.
A Quebra de Esteriótipos e Representatividade
É comum a televisão muitas vezes retratar as mulheres no poder como masculinas e inacessíveis, sugerindo que, para uma mulher realizar qualquer coisa, ela precisa agir como um homem, e para isso acaba se tornando uma pessoa odiosa e amarga, que está onde está porque faz de tudo para se manter no poder. Porém aqui é diferente, Jacqueline (Melora Hardin), que de início esperamos uma Miranda Priestly (O Diabo Veste Prada) reencarnada, mas que conforme vamos acompanho os episódios vemos que é uma mulher inteligente e poderosa, mas também é gentil, prestativa e feminina. Ela defende o que acredita, porém é sempre prestativa e ferozmente protetora com seus empregados, uma pessoa intimista que encoraja sua equipe a entregar o melhor e viver cada experiência da melhor maneira. Um exemplo disso é frase abaixo dita por ela:
Espero que tenham aventuras, que se apaixonem, que tenham seus corações partidos. Espero que façam sexo com as pessoas erradas e com as certas, que cometam erros e que peçam desculpas, que saltem e que mergulhem. Eu espero que falem um monte para qualquer um que tentar segurá-los.Por que vocês não apenas trabalham para a Scarlet. Vocês são a Scarlet.
Podemos citar nessa categoria Kat que foge da caracterização convencional de jovem garota negra que teve uma vida difícil e provavelmente veio de um lar desestruturado e que trabalha duro para subir na vida. Ela cresceu tento uma vida confortável, tem uma família que a apoia e tenta sim ser a melhor no que faz, mas sem nenhum tipo de vitimismo.
Não há muitos personagens muçulmanas na TV, então é uma surpresa boa nos depararmos com Adena El Amin (Nikohl Boosheri), é artista e fotógrafa que se descreve como uma "orgulhosa lésbica muçulmana" . Sua existência sozinha quebra estereótipos, mas suas ações os desintegram. Ela usa um hijab, mas apenas porque pretende subverter as expectativas sociais das mulheres. Fica fica claro quando ela diz:
Não há muitos personagens muçulmanas na TV, então é uma surpresa boa nos depararmos com Adena El Amin (Nikohl Boosheri), é artista e fotógrafa que se descreve como uma "orgulhosa lésbica muçulmana" . Sua existência sozinha quebra estereótipos, mas suas ações os desintegram. Ela usa um hijab, mas apenas porque pretende subverter as expectativas sociais das mulheres. Fica fica claro quando ela diz:
Eu escolhi usar o hijab. Isso não me oprime, mas me liberta das expectativas da sociedade de como uma mulher deve parecer. As pessoas ficam desconfortáveis quando não conseguem te colocar em uma caixa.
Adena traz consigo à tona assuntos importantes para serem debatido, como por exemplo a atual situação de imigrantes nos Estados Unidos com governo Trump.
Personagens Reais e Temas Pertinentes
É praticamente impossível não olhar para The Bold Type e não pensar em Carrie Bradshaw e suas amigas ( Sex and The City), Gossip Girl e O Diabo Veste Prada, porém a série traça um caminho próprio e ganha sua própria voz trazendo personagens que conversam com a gente e que levam problemas reais para a tela da TV.
Jane por exemplo trabalha duro todos os dias para fazer seu trabalho ser relevante e ainda assim comete erros; Kat é cheia de energia, super confiante e arrasa como chefe de mídia social da Scarlet, porém ainda que ela esbanje confiança e amor próprio, existem algumas coisas que a abalam, que a deixam vulnerável; Sutton se vê dividida entre buscar o emprego dos sonhos e um que pague tudo aquilo que ela sonha.
The Bold Type poderia ser uma história de três jovens garotas vivendo em Nova Iorque procurando o amor ou apenas se divertir em um mundo de luxo e possibilidade, mas não temos uma garota que admite nunca ter tipo um orgasmo e acabava se envolvendo com uma cara que é um "expert" como o assunto é sexo, outra que tem uma convicção absurda sobre sua opção sexual, mas que de repente se vê atraída por alguém do mesmo sexo e por fim outra que está envolvida com uma cara mais velho e com uma posição bem acima da sua na hierarquia da empresa. Mas afinal o que isso tem de mais? Bom é que aqui não importa rotular os assuntos, mas sim ver além deles e falar sobre o que isso significa, fazer você pensar e falar sobre o que aqui te faz sentir. É quebrar tabus e apresentar dilemas reais de mulheres reais.
Trilha Sonora e Figurino
A trilha sonora da série é tão incrível que dá vontade de assistir com o Shazam do lado para poder montar uma playlist depois no Spotify. Mas para você poder assistir tranquila sem essa preocupação trouxemos a playlist oficial da série só para você apertar o play e curtir.
Mas caso você seja mais curiosa e queira saber quais músicas tocam em cada episódio, assim como a gente e só acessar esse links. Trilha Sonora 1.ª temporada - Trilha Sonora 2.ª temporada.
O figurino não deixa a desejar e faz jus a uma revista de moda, mas sendo opções perfeitas para serem usados no dia-a-dia. A cada episódio nossa pastinha do Pinterest aumenta com novas inspirações e referências.
Espero que vocês tenham gostando da dica e que vocês se animem a dar uma chance para essa série incrível! Agora me contem alguém aí também já ta assistindo? Vocês conhecem séries neste estilo para indicar?
Nossa, eu não conhecia essa série... mas já curti bastante! =) Vou procurar depois para assistir, ainda mais sabendo que não se trata da eterna disputa entre mulheres, ou que uma pisa em todas. Super gostei da temática! =)
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna