The Breadwinner


Seria engraçado se não fosse trágico pensar que em pleno século XXI existem milhões de mulheres que não tem acesso aos direitos mais básicos do ser humano. Com a produção de Angelina Jolie, The Breadwinner (sem tradução oficial para o português – porém em tradução livro seria o “ganha-pão”, ou seja a pessoa que trabalha para ganhar o sustento da família), vem como um forte lembrete de como ainda existem um longo caminha a ser percorrido para ternos um mundo melhor. 


O filme é uma adaptação do romance de Deborah Ellis, com direção de Nora Twomey  e roteiro de Anita Doron.  A trama gira em torno de Parvana uma garota de 11 anos que cresce sob o regime do Talibã no Afeganistão em 2001 (Se você parar um pouco e recordar 2001 foi um ano que deixou o muito inteiro em alerta graças aos ataques terroristas de 11 de setembro), que acaba tendo que de se disfarçar como um menino para poder trabalhar e assim sustentar sua família após se pai ser preso injustamente. 




Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre Malala Yousafzai, que ficou conhecida mundialmente após ser baleada na cabeça por talibãs ao sair da escola, por lutar pela educação das meninas e adolescentes no Paquistão – um país dominado pelos talibãs, que são contrários à educação das mulheres. Você deve estar pensando o motivo de eu estar contando isso não é mesmo? Mas a verdade é que a história de Parvana não é assim tão diferente assim da vivida por Malala, fato este que deixe esta animação ainda mais real e necessária. 



O regime  Talibã é considerado um dos mais radicais e primitivos da história, principalmente se tratando dos direitos das mulheres. Entre as os direitos negados vou citar alguns para contextualizar os motivos que levaram Parvana, apesar de todos os riscos se disfarçar em menino.

É proibida qualquer atividade feminina fora de casa se a mulher não estiver acompanhada por um mahram (parente próximo do sexo masculino, como pai, irmão ou marido), assim como o trabalho feminino fora de casa. As mulheres também são impedidas de fazer compras com comerciantes masculinos, proibidas de estudar em escolas, universidades ou qualquer outra instituição educacional. É obrigatório p uso da burca (vestimenta que as cobre da cabeça aos pés), as mulheres que não se vistam conforme as regras do Talibã ou que não estejam acompanhadas por um mahram são açoitadas, espancadas ou ofendidas verbalmente. 


Após a prisão do pai Parvana e sua mãe tentam ir a prisão para argumentar sobre o erro que foi cometido, mas tudo que elas conseguem é são alguns insultos e agressões. Após este fato a garota  tenta comprar mantimentos para família sem ter muito sorte, após de dar conta da liberdade que os garotos possuem de ir e vir, assim como trabalhar ela tem a ideia de assumir uma nova identidade.  Então ela corta seus cabelos (a parte em que ela corta os cabelos lembra muito o que acontece em Mulan), e usa as roupas de seu irmão falecido (ao longo da trama descobrirmos como isso ocorreu e nos mostra uma das consequências de se vivem em um lugar em guerra).



Parvana não está sozinha e sob sua nova identidade ela encontra  Shauzia, uma menina com quem ela estudou e que também precisou se disfarçar para poder sobreviver, ainda que suas motivações sejam diferente. Juntas as duas se aventuram um um mundo de possibilidades, onde podem caminhar por qualquer lugar e fazer o que quiserem apenas por mudarem de gênero, porém elas possuem objetivos traçados Parvana tentando reunir sua família novamente e Shauzia tentando juntar dinheiro suficiente para uma nova vida. longe de tudo aquilo. 


Em meio a narrativa acompanhamos  histórias fantásticas que nos mostram um pouco da culta da família e do pais que ao mesmo tempo que narram os acontecimentos históricos também são uma forma de dar esperança e esquecer os problemas. 

The Breadwinner foi indicado ao Oscar 2018 na categoria de  Melhor Animação, porém acabou sendo ofuscado por Viva - A Vida é Uma Festa, mas que merece ter a chance de se conhecido. Enquanto o primeiro mostra o quanto ainda temos que percorrer em termos de igualdade, o poder da educação e da união, o segundo é um lembrete sobre tudo aquilo que veio antes de nós e como é importante valorizar nossa cultura e nossa família. 

De um modo geral este é um filme que vai te fazer refletir e se emocionar com um roteiro bem construído, personagens cativantes, suspense e ação na medida certa. A cena final é um sopro de esperança em meio a dias turbulentos.  Vou finalizar com a citação final do filme que ao meu ver resumi perfeitamente toda a história e com um pedido deem uma chance para a história de Parvana .

Atualização: O filmes está disponível na Netflix, ou seja agora não tem mais desculpa para assistir a The Breadwinner e se emocionar com a história de Parvana.

Eleve as suas palavras, não a sua voz. É a chuva que faz as flores crescerem, não o trovão. 



9 Comentários

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  1. Excelente indicação. Não conhecia mas pela sua descrição parece ser um filme maravilhoso!

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  2. Não conhecia ele,mas achei os desenhos tão fofinhos ❤ parece ser bom!

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  3. Caraca, não sabia dessa animação. Gostei muito da enredo e da forma, pelo que vi, como eles mostram como é esses países. :)

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  4. Infelizmente não conhecia ser filme mas e antimao ja fiquei curioso em conhece-lo.
    www.robsondemorais.blogspot.com.br

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  5. Uuouu muito interessante a história,acho que se emocionar vai ser pouco ao assistir,acho que vamos acabar aprendendo mais com o filme.Pena que só tem em inglês mas vou procurar para assistir.
    Uma lição de vida animada!!

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  6. Ainda não tinha ouvido falar dessa animação e agora estou querendo muito ver. Acho super importantes termos filmes, livros, séries tocando nesse assunto porque é uma realidade tão distante da nossa que muitas vezes nos parece irreal. Fora que é sempre válido propor a reflexão sobre os papéis sociais de gênero, desde os casos mais extremos como mostrado nessa animação até as pequenas coisas que fazem parte do nosso dia a dia.

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  7. Eu nao sabia dessa animação! Poxa, que pena nao ter ganhado o oscar pois realmente trata de um assunto atual e que vem ocorrendo mesmo. O corte de cabelo me lembrou Mulan mesmo. Deve ser emocionante!

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  8. Que história de vida emocionante eu fico chocada com a forma como as mulheres são tratadas no islã acho muito cruel...esse filme merecia a estatueta com certeza

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  9. Nossa que bacana em?
    Muito bom o resumo, me deixou tentada a assistir rsrs

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