Para jogar: Série Delicious

Tantas vezes já ouvi que todo poder de um relacionamento reside nas mãos de quem ama menos. Nunca antes isso foi motivo de preocupação, mas agora, quando limpo a casa, vejo mil pelinhos espalhados pelo chão e é como se você fosse essencial pra manutenção do meu bem estar, e me bateu um medo tão grande de que se você soubesse disso, todo aquele poder passasse para as suas mãos.

Eu continuei com a vida, mas a partir dessa minha percepção assustadora, todas as coisas pareciam me dizer pra ter cautela. A Clarice Falcão cantando Macaé pela janela da vizinha da frente, seu celular dando bobeira sobre a minha cama, as meninas bonitas que recheiam seus amigos do Facebook e o seu sorriso, ah o seu sorriso (que me faz sorrir).

Eu ando assombrada com a perspectiva de virar uma daquelas pessoas que tremem descontroladas de ciúmes e tensão. Eu escondo esse monstro enorme, mas ele dorme ao nosso lado na cama e te arranha com maldade e te deixa marcas de batom e te compra chaveiros com meu nome e quase tatua seu corpo com meu rosto numa marcação de território frenética, porém sutil.

Eu não sofria desse mal. É tudo culpa sua e dessa felicidade sufocante que você provoca. Eu te quero aqui, é demais pra se pedir? Pra sempre. E sempre. E sempre. E sempre. E aonde você vai? E sempre. E sempre. Eu não sou capaz de te deixar ir, então, apesar da minha loucura, só não vai embora, tá? Eu disse SEMPRE.

“Se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim,
Mas se fosse eu, eu fugia”.

Clarice Falcão

 @alexiacristal