Exorcismo




Mais uma vez eu sou vítima da minha imaginação. Numa mistura absurda das suas imagens reais com as imagens da projeção que fiz de você. E todas as coisas que você poderia dizer ou fazer. Todas as coisas que você poderia ser por nós dois. Você nem sequer sabe que houve um nós dois além do “amigos com benefícios”. E você não sabe que não dormi noite passada porque o seu sorriso me assombrava.
Totalmente irresponsável pelo que cativou. Eu devia saber. Você é totalmente irresponsável por qualquer coisa. Foi só a minha mente, outra vez, atribuindo a você qualidades que você não tem. Esperando de você coisas que você é incapaz de fazer. Esperando por você, mesmo sabendo que você não vem enquanto não se sentir sozinho.
E não é sua culpa que eu não te esqueça, mas, ainda assim, não consigo não te odiar por isso. Não consigo não me irritar com outros olhares. Não consigo não me fechar. Faço da cama meu palco e do papel, meu terapeuta. E se as lágrimas são o único modo de te expulsar de mim, me conformo. Estou entregue ao lento processo de exorcismo. Me desfazendo primeiro da versão de você que eu criei, te reduzindo ao pouco que você é, sem minha imaginação como photoshop. Até que eu seja forte e te tire de dentro de mim. 



1 Comentários

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  1. Adorei o que disse, (me identifiquei bastante com a garotinha que eu era).
    Bjinhos, bom começo de semana!
    http://laialisafa.blogspot.com.br/

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@profanofeminino