Mulheres na luta


Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade. Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras —, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito — e tudo o que ainda precisamos conquistar.
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 Sabe quando você está conversando sobre um determinado assunto, mas as pessoas não conseguem compreender por mais que você explique? Aí você já está praticamente sem forças e solta a famosa frase: "Entendeu ou quer que eu desenhe?" Em Mulheres na Luta - 150 anos em busca de Liberdade, Igualdade e Sororidade, Marta Breen e Jenny Jorhl nos pouparem desse trabalho quando o assunto é feminismo. 

As autoras nos levam através de suas ilustrações e descrições em um tour pela história da luta e dos dissabores vivenciados pelas mulheres até conquistarem direitos básicos, mas não para por aí ele vai além e nos mostra que ainda em pleno 2019 ainda há muito a ser fazer e ser conquistado e para isso é de extrema importância relembrar e/ou conhecer nomes tão importantes nas busca pelos direitos das mulheres.


(Companhia das Letras/Reprodução)

Assim como o próprio título sugere, acompanharemos o período de "150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade", onde serão retratados vários acontecimentos históricos mundiais importantes e os principais nomes que se destacaram em cada um. Seguindo o objetivo do livro, somos apresentadas às grandes mulheres que tiveram um papel especial em cada etapa vivida pela sociedade. O livro é separado por períodos o que nos nos ajuda a entender melhor cada fase do feminismo apresentada, assim como entender melhor sua motivação.  


Iniciamos  a leitura com o papel da mulher na sociedade do século XIX, onde basicamente seu único "direito" era ser uma boa filha, uma boa esposa e uma boa mãe.  Após entendermos que as mulheres praticamente não tinham direito a nenhum direito, somos transportadas para a luta das mulheres contra a escravidão. Depois disso, somos apresentados ao movimento das sufragistas e a longa batalha pelo direito ao voto feminino.  Em seguida  acompanhamos a inclusão das mulheres ao socialismos, e como o movimento feminista também fazia parte da luta de classes. Entre os acontecimentos apresentados, descobrimos por exemplo como surgiu  a criação do Dia Internacional da Mulher (o nosso famoso 8 de março), para reforçar a luta pelos direitos das trabalhadoras. 


O primeiro país no mundo a permitir que as mulheres possuem o direito ao voto foi a Nova Zelândia, em 1893 já na Arábia Saudita as mulheres só alcançaram esse direito em 2015. (Companhia das Letras/Reprodução)

Outra luta importante feminina e uma das principais dentro do feminismo foi (e ainda é) o controle sobre o próprio corpo. Métodos contraceptivos nem sempre existiram ou foram aceitos. Antigamente, dezenas de mulheres morriam todos os anos em decorrência de complicações no parto ou abortos clandestinos, porém esse parece um assunto de um passado distante, mas infelizmente é algo que ainda ocorre com uma frequência maior do que se gostaria. Os métodos anticoncepcionais foram o primeiro passo para dar escolhas às mulheres sobre seus próprios corpos, ainda que exista um longo caminho a se percorrer para que este direito chegue de maneira completa a todas as mulheres ao redor do mundo. Também acompanhamos a lutra contra a homofobia e o direto de poder amar quem se quer amar, e não quem lhe mandam. 


Por fim temos um lembrete que apesar desses 150 de luta e avanços ainda temos meninas/mulheres sendo discriminadas,  mutiladas, estupradas, agredidas, vendidas, assediadas sem tratadas com inferiores ao homens, entre diferentes tipos violações e abusos que tornam o fato de se  nascer  "mulher" um fardo grande, mesmo após 150 anos de tantas mudanças, e tipo isso piora se você adicionar a frase termos como negra, lésbica, pobre, e por aí vai...

Margaret Sanger foi a responsável pela popularização do termo "birth control" (controle de natalidade), nos Estados Unidos, abrindo o primeiro centro de planejamento de natalidade no país. (Companhia das Letras/Reprodução)

Marta Breen e Jenny Jorhl conseguiram retratar de maneira leve e didática os 150 anos em busca de Liberdade, Igualdade e Sororidade vivenciados pelas mulheres ao redor do mundo. Ao terminar a leitura me senti um pouco envergonhada por conhecer tão poucos nomes das mulheres incríveis representadas nesta obra, mas ao menos tempo motivada a buscar mais informações sobre não só apenas os nomes aqui listados, mas também de outras mulheres que fizeram e fazem história e que trouxeram/trazem grandes contribuições para hoje termos o direito de sermos quem quisermos ser, de termos uma voz e o direito de usa-la. 


Mulheres na Luta - 150 anos em busca de Liberdade, Igualdade e Sororidade traz consigo a reflexão de como o material didático trabalhado nas escolas pode ser falho,  uma vez que  eles preferem focar nos "heróis", deixando de lado as heroínas  que também fizeram a diferença em grandes momentos da história. Este fato nos faz refletir sobre o quanto ainda aprendemos a história através de uma visão machista e limita, o que por sua vez acaba limitando o que conhecemos sobre a nossa história. 


Este livro deveria ser leitura obrigatórios para todos os gêneros e idades. Se você procura uma leitura rápida, que não apenas entretenham, mas também  contribua para seu conhecimento,  te ajudando a ser  uma pessoa melhor  esta é uma leitura perfeita para adicionar  a sua lista.  




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