Depois daquele verão

Descobri em mim meu pior inimigo. Às vezes cheguei a acreditar que a vida estava de mal comigo, pois nada dava certo só que quando me deparei com o rosto em frente ao espelho tudo ganhou sentido.

Não era a vida, nem o destino ou sequer Deus que estava de mal comigo e sim eu.

Eu que tinha medo de tentar, eu tinha medo de saber o quanto eu podia ser boa, podia ser bonita, podia ser alguém.

Eu tinha tenho medo que alguém pudesse me amar que me afastei das pessoas, tinha medo de ser reconhecida que acabei abrindo mão dos meus planos, medo de ser bonita perdi a vaidade.

Por medo de mim, por medo de me descobri eu abri mão das oportunidades, abri mão da felicidade. Diante do espelho agora vejo que ninguém é responsável pelas minhas reclamações e lamentações porque eu nunca tive coragem de encarar esta face que há tempos está diante de mim, e eu como o pior cego não queria ver.

Ainda bem que o tempo passa e o que os olhos não vêem a vida joga na cara, e foi assim que despertei para o reflexo que o espelho me mostra e um grito de socorro ecoou pela casa.

Neste momento decidi que quem estava de mal com o mundo era eu e mais ninguém. Resolvi fazer as pazes e enfim as coisas começaram a acontecer...

- Ane Venâncio