Vida de Universitário: Licenciatura em Letras


1- Qual seu curso de graduação e qual a instituição você se formou? 

Olá leitores do Profano Feminino! Muito feliz por participar dessa entrevista e compartilhar minhas experiências acadêmicas com vocês. Sem mais delongas, vamos à primeira pergunta. Sou formada em licenciatura em Letras com habilitação em português e inglês, estudei na faculdade Anhanguera Educacional no campus de Pirassununga-SP.

2- O curso que você queria tinha em sua cidade/estado ou você teve que se mudar para outro lugar? Caso você tenha tido que se mudar, como foi para você morar sozinha? 

Na época em que estava na faculdade eu morava em Leme e o curso era oferecido apenas na modalidade EAD. Optei então em estudar na cidade vizinha (Pirassununga) que o curso era presencial. A distância entre as duas cidades era curta, então não precisei mudar de cidade. Quando decidi fazer faculdade, eu queria ter feito bacharel em Letras, mas como o curso só era oferecido nas grandes cidades e eu não tinha condições de me mudar, cursei licenciatura mesmo.

3- Antes de escolher esse curso você pesquisou sobre a grade, o mercado de trabalho e o piso salarial? Isso foi um fator que influenciou em sua escolha? 

O fator que influenciou a minha escolha foi optar por um curso que eu me identificasse e gostasse de verdade. Desde a época da escola, eu sempre gostei de português e literatura, e sempre quis trabalhar como revisora ou redatora, então me especializar na língua seria fundamental para alcançar minha meta. Pesquisei sobre a grade curricular do curso, piso salarial e também sobre o mercado de trabalho, vi que esse meio de trabalho, de revisor ou redator, tende a ser um pouco restrito, mas mesmo assim não me fez desistir e continuo na luta (rsrs).

4- Quais informações você gostaria de ter tido acesso antes de escolher seu curso e o que você acha importante às pessoas terem conhecimento? 

Sobre o curso, antes de tomar a decisão de escolher Letras eu pesquisei sobre a grade curricular, estava dentro do que queria, então não tive muitas surpresas. A única coisa que não gostei, foi que algumas disciplinas foram EAD e eu achava que seria tudo presencial, mas me adaptei bem com a plataforma EAD e penso em continuar os estudos á distancia. 
Antes de escolher o curso e até mesmo a faculdade, acho importante as pessoas pesquisarem sobre ambos, ver se é aquilo mesmo que está procurando, para não ter surpresas desagradáveis depois. É importante escolher algo com o que se identifique, vale também conversar com alguém que já trabalhe na área, saber como é o dia a dia, quais as frustrações e etc.

5- Nos conte um pouco sobre o curso, como é a grade, TCC, estágio, mercado de trabalho e as possibilidades de pós-graduação? 

Nos primeiros anos tive mais disciplinas pedagógicas como didática, psicologia da educação e multiculturalismo, da metade ao final do curso foram mais disciplinas voltadas a língua como fonética, sintaxe, linguística, inglês, metodologia de ensino e literaturas. Estágio comecei no segundo ano de curso, que teve duração de 3 anos e meio, tive que assistir aulas de português e inglês no ensino fundamental e médio, particularmente foi a parte mais maçante do curso e meu estágio não foi remunerado. O TCC tive que escolher alguns temas já escolhidos pela banca, dentre eles, escolhi intertextualidade. Analisei duas obras literárias (O retrato de Dorian Gray e O médico e o monstro), e apontei semelhanças entre seus personagens principais, baseados da teoria de Freud sobre o id, o ego e o superego que regem nossas emoções.
Sobre o mercado de trabalho, no segundo ano de faculdade se consegue trabalhar como professor substituto, mas precisa ir às atribuições de aulas nas diretorias de ensino, bom para adquirir experiência. 

6- Expectativa x Realidade. Quais eram suas expectativas sobre o curso? Durante a graduação elas se manterão ou a realidade foi outra?  

Minhas expectativas se mantiveram ao longo do curso, as matérias que estava animada para cursar foram maravilhosas, professores excelentes. Adorei aprender sobre fonética, morfologia, sintaxe, linguística, literatura americana e inglesa. Futuramente quero fazer pós em alguma dessas áreas.

7- Com a mudança do ensino médio para faculdade, existem algumas diferenças, quais foram as mais significativas para você. Aproveite e nos conte como foi seu primeiro dia de aula e quais suas dicas para os calouros?

Eu sempre estudei em escola pública, então estava acostumada com o professor escrevendo o conteúdo na lousa enquanto eu copiava no caderno. Na faculdade, os professores usam slides e os enviam por e-mail, algo bem moderno do que estava acostumada (rsrs). É tudo mais livre também, sem essa de pedir para ir ao banheiro como era na escola. Meu primeiro dia de aula foi bem assustador, porque no primeiro semestre do curso nós estudantes de Letras dividimos a sala de aula com a turma de pedagogia por causa do conteúdo do curso ser o mesmo. Não gostei porque tinha muitas pessoas na sala de aula, então falatórios eram inevitáveis, mas passado esse período, as turmas foram divididas por conta das disciplinas serem mais específicas de cada curso. A minha sala tinha poucas pessoas, Letras não é um curso popular então poucas pessoas tem interesse, o pessoal da classe era bacana então foram anos de estudo bem prazerosos.
Minha dica para os calouros é para manter a calma, primeiro dia é tudo novidade, pessoas estranhas, lugar estranho, mas é ótimo para conhecer pessoas novas, pessoas com as quais você acaba se identificado. Isso é importante para fazer parcerias, porque a maioria dos trabalhos são em grupo e com um pessoal que pensa da mesma forma que você, evitam-se dores de cabeça (rsrs).

8- Quais dicas você daria para quem está querendo começar a fazer o mesmo curso que você?

Muita gente já arregalou o olho quando eu dizia que estava cursando Letras. “Ahh, mas você quer ser professora?”, como se isso fosse um absurdo. O cenário escolar não está as mil maravilhas é fato, mas eu defendo a bandeira de que você deve escolher a profissão que te faz feliz e não aquela que vai te trazer mais dinheiro. E Letras não é só dar aula, tem muitos campos a explorar, como revisor, redator e tradutor, mas nas cidades pequenas onde existem menos oportunidades acaba que só resta dar aula. O que não é de todo ruim como muitos pensam, eu já tive uma breve experiência como professora e foi gratificante, você ver o avanço intelectual do seu aluno do qual você foi responsável é muito bacana. 

9- Formei e agora? Como foi para você a reta final do curso e quais foram as principais mudanças que você notou após a formatura? 

Sinceramente depois que me formei, não mudou nada na minha vida. Sou recém-formada, me formei ano passado e até agora não fui atrás de trabalhar na área e também não surgiram muitas oportunidades nem para área da educação ou para revisão de textos. Se eu me arrependo de ter cursado Letras, não. Eu escolhi um curso que gosto e quero muito me especializar ainda mais. 

10- Qual sua dica para quem vai prestar vestibular em breve? Qual foi a estratégia de estudo que você usou e aprovou?

Dica para quem vai prestar vestibular em breve: estude! Eu particularmente sou um pouco preguiçosa e cálculos sou uma negação até hoje. Assim que terminei o ensino médio eu não fui atrás de fazer faculdade só tomei essa decisão depois de anos. Prestei o Enem em 2013 e nem me preparei, a maioria da prova foi no chute mesmo. Dei um tiro no escuro, muito arriscado fazer isso, por sorte com a minha pontuação, eu consegui uma bolsa do Prouni de 100% para cursar Letras. Mas eu não aconselho você fazer o mesmo, o curso que escolhi não é muito concorrido, agora um curso com mais candidatos, acho que eu não teria conseguido. 

O melhor é começar se preparar para a prova meses antes, ler muito, treinar com exercícios, treinar a escrita para a redação e garantir uma boa pontuação para não correr riscos.

Simone Rocateli, licenciada em Letras com habilitação em português e inglês
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