Eu juro que estava bem. Depois de muito tempo minha vida estava de volta ao normal, ou melhor de volta ao nível aceitável de normalidade para uma pessoa como eu. Desde que me entendo por gente sempre fui aquela garota que tinha tudo para ter um vida boa segundo as pessoas ao meu redor, mas que só Deus sabe a razão de tudo o que poderia dar errado sempre aconteceu comigo.
Como eu estava dizendo eu estava bem. Depois de tanto tempo eu tinha superado toda a nossa história. Tentava me convencer que já nem me lembrava o número do seu telefone, sua comida preferida e torcia para não lembrar mais do seu nome, mas esse infelizmente ainda não esqueci, assim como seu rosto, seu cheiro...
Eu estava bem, mas aí antes de voltar para casa eu passei naquela padaria que a gente sempre ia nos fins de tarde para tomar um café expresso sem açúcar e um pedaço de bolo de chocolate. Lembro que na época eu me perguntava para onde ia meu dinheiro que no final do mês nunca sobrava, hoje eu sei. Benditos pedaços de bolo regados com uma boa xícara de café e uma companhia não tão boa. Até aí nada de errado, mas foi só eu sair que uma música tão familiar tomou conta de mim e me vi no meio de várias lembranças boas de nós dois.
Cheguei em casa me sentido um pouco vazia, aquela sensação que a gente tem quando perde algo que gosta muito e não sabe como vai continuar vivendo sem. Tomei um banho gelado e as lembranças já estavam fracas, quase sumindo. Liguei a TV e vi ali representada na tela a nossa história, só que mais bonita, mas florida. Bateu saudade, chorei um pouco, revi as fotos e disquei seu número.
Quando tudo volta é assim me vejo em meio a um vazio crescente que aos poucos é preenchido por lembranças de um história que já não me pertence. No início eu fico toda saudosista, depois chorosa, vazia e por fim me sinto culpada. Culpada por levar anos para entender que a nossa história não foi nenhum conto de fadas, que as boas lembranças que eu guardo estão um tanto quanto distorcidas, e que tudo isso é jogado fora quando sem mais nem menos um gatilho é ativado. Eu deixo isso tudo de lado e te quero de volta. Quando foi que eu me tornei aquele tipo de pessoa que não sabe a diferente entre um sonho e um pesadelo? O telefone chama, mas ninguém atende. Eu me sinto triste, e depois feliz porque apesar de não ser a garota mais sortuda desse mundo alguém lá em cima deve gostar muito de mim!
Não imagino a dor porque estás a passar, mas desejo sinceramente que ultrapasses a situação.
ResponderExcluirMe identifiquei, em vários momentos na minha vida me senti assim. Parabens pelo texto!
ResponderExcluirEu amei esse projeto e gostaria de participar. Ainda dá? Como faz?
Abraços
Me vi ai sim ou não? HUAHUAHUAHUA
ResponderExcluirMe lembrou de uns tempos atrás quando namorei de verdade, e putz... Melhor nem comentar o porque do seu texto ter me feito voltar aquela época.
O que aprendi: "mas tudo passa, tudo passaaaaaaa..."
Até mais! O/
Karolini Barbara
Ps.: Ótimo texto e escrita maravilhosa!
Caramba, senti tanta verdade no seu texto. E eu já me senti assim, me sinto, pois estou em uma fase em que não entendo a distância entre mim e os amigos que achei que seriam para sempre. Sinto falta e vazio, mas sei que tem um jeito para tudo e isso vai se resolver *-*
ResponderExcluirUm beijo <3
Se quiser visitar o meu blog é o www.suave-pensamento.blogspot.com
Oi, Ane!
ResponderExcluirAchei linda sensibilidade do seu texto. Eu me vi nele muitas e muitas vezes, a cada releitura. Sou dessas que continua sozinha porque fica presa a esse Quando Tudo Volta. 31 anos e ainda não aprendi, já não tenho mais esperança.
Espero que, assim como acontece com a sua personagem, eu tenha alguém lá em cima que goste de mim.
Beijos,
Fê
Algumas Observações
Me identifiquei muito com seu texto, essa semana mesmo tive um momento assim. Dói, mas passa !
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