Delphie Bookham está morta de vergonha. Na verdade, ela está morta mesmo. Como se não bastasse ter acabado de morrer engasgada com um hambúrguer de micro-ondas, Delphie ainda está usando sua pior camisola, um trapo velho com a frase "Chegou a hora de brilhar, querida!", na frente do homem mais gato que já viu. E ele está sorrindo para ela.
Quando começam a conversar, ela esquece tudo ao seu redor. Quer dizer, até alguém gritar que houve um grande erro e enviar o desconhecido bonitão de volta para a terra. A jovem estava até pensando que sua sorte seria diferente no além-vida, mas era bom demais para ser verdade.
No entanto, para a surpresa de Delphie, a morte lhe faz uma proposta: ela pode voltar à vida e tentar se reconectar com um homem misterioso de quem só sabe o primeiro nome, mas tem certeza de que é sua alma gêmea. Caso não consiga, morrerá de forma definitiva. O desafio é que ela só tem dez dias para encontrá-lo e fazê-lo se apaixonar por ela — e ele não tem nenhuma lembrança de tê-la conhecido.
CONTEÚDO ADULTO
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Em tempos em que padrões irreais voltam a ser considerados
referências — ainda que de forma sutil — e são impostos a milhões de mulheres,
é revigorante encontrar uma história com uma protagonista que foge desse molde
e, mesmo assim, vive um romance digno de cinema, com todos aqueles clichês que
aprendemos a amar.
Aqui jaz Delphie Denise Bookham. Morreu como viveu: sozinha, perplexa e vestindo um treco bem merda.
O Amor (Depois) da Minha Vida entrega muito mais do
que promete. É uma história divertida e sensível, que equilibra perfeitamente
humor e emoção. Kirsty Greenwood brinca com os clichês do romance de forma
inteligente, mostrando por que eles funcionam tão bem — e, justamente quando achamos
que sabemos para onde a história está indo, ela nos surpreende com um
reviravolta incrível que nos faz pensar: “Como não percebi isso antes?”
Delphie Bookham está longe de ser a mocinha tradicional —
carismática, otimista, encantadora. Na verdade, em vários momentos dá vontade
de gritar: "Acorda pra vida, Delphie!" Ela morre de forma
constrangedora e solitária, e olhando para trás, dá a sensação de que ela já
havia desistido de viver muito antes disso. Mas, ao receber uma segunda chance,
Delphie ainda reluta em se permitir criar laços e aproveitar, de verdade, os altos
e baixos da vida.
Não posso ir embora. A Eternidade fica muito longe daqui. Não quero morre. Porra. Quero viver.
Bookham não conquista nossa afeição de imediato, e talvez seja justamente isso que torne sua jornada tão cativante. Ela é humana. Imperfeita. Real. Carrega seus próprios traumas e motivos para levar uma vida reclusa. Delphie se sente um peixe fora d'água — alguém que não se encaixa e que, sinceramente, nem tem vontade de tentar. E como julgá-la por querer uma vida sem grandes expectativas, livre de decepções? Inclusive, Delphie me lembrou muito Jane Bingum antes do acidente. Se você já assistiu Drop Dead Diva, com certeza vai perceber os paralelos — e, acredite, isso é um elogio. Ambas as histórias falam sobre segundas chances, autoaceitação e a redescoberta do que realmente importa.
Adorei acompanhar a jornada de Delphie ao longo da
narrativa. Em tempos de redes sociais, em que tudo parece perfeito, ainda que a gente saiba que é apenas um recorte bem editado,
às vezes esquecemos que a vida real é feita de imperfeições, tropeços e
recomeços. E que, no fim das contas, estar vivo é sobre as conexões que criamos
— mesmo que, para isso, a gente precise se permitir ser vulnerável e correr o risco de se decepcionar outra vez.
Uma vida. testemunhada. Uma vida, vivida.
É uma premissa bem boa. Gostei de acompanhar a resenha.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia