Bruxa Akata



Carinhosamente apelidado de Harry Potter nigeriano, Bruxa Akata tece uma trama de magia e mistério, repleta de mitologia africana. Uma história de amizade, superação e sobre como achar seu lugar no mundo. Sunny tem 12 anos e sempre viveu na fronteira entre dois mundos. Filha de nigerianos, nasceu nos Estados Unidos e é albina. Uma pária, incapaz de passar despercebida. O sol é seu inimigo. Castiga a pele e a expõe aos olhares curiosos. Parece não haver lugar onde ela se encaixe. É sob a lua que a menina se solta, jogando futebol com os irmãos. E então ela descobre algo incrível – na realidade, ela é uma pessoa-leopardo em um mundo de ovelhas. Sunny é alguém com um talento mágico latente, é uma agente livre. Uma pessoa com poderes que nasceu de pais comuns.
Logo ela se torna parte de um quarteto de estudantes mágicos, pesquisando o visível e o invisível, aprendendo a alterar a realidade, sendo escolhida por um mentor e conseguindo, enfim, sua faca juju — com a qual é capaz de fazer seus feitiços. Mas isso será suficiente para que encontrem e impeçam um assassino em série que está matando crianças? Um homem perigoso com planos de abrir um portal e invocar o fim do mundo?

📖Skoob 👍Avaliação Final:      


Sempre fui fã da mitologia grega ( grande parte disso se deve ao foto de crescer assistindo séries como Xena e Hércules),  mas foi a pouca mais de um ano que comecei a me interessar por outras culturas no sentido mitológico da coisa (antes tarde do que nunca!).  Me primeiro contado na literatura saindo da minha zona de conforto foi com O Duelo dos Imortais, que aborda a mitologia egípcia. Quando vi que a Galera Record ia lançar Bruxa Akata, uma fantasia repleta de cultura africana e ainda sendo apontada como  Harry Potter nigeriano, sabia que precisava conhecer  está história. 

Preconceito gera preconceito, sabe? O conhecimento nem sempre evolui para a sabedoria. 

Bruxa Akata, da autora Nnedi Okorafor e é o primeiro livro de uma série de nos conta a história de Sunny, uma garota de 12 anos albina filha de nigerianos que nasceu nos Estados Unidos, onde viveu até seus nove anos até ter que voltar com seus pais para Nigéria.  Sunny devido a cor de sua pele e ser considera uma akata (a palavra significa animal selvagem, mas é utilizado para se referir a americanos negros ou a negros nascidos no estrangeiro), ela vive a marge das coisas, não se sentindo bem-vinda nem em sua própria coisa. Mas quando ela conhece Orlu  e posteriormente Chichi, um novo mundo se abre para a garota, uma que começa a fazer sentido e pela primeira vez ela não se sente tão deslocada.   
  

Na mitologia apresentada por Nnedi o mundo é dividido em dois tipos de pessoas: as ovelhas, que são pessoas sem juju (magia), o equivalente aos trouxas em Harry Potter, e as pessoas-leropardos, que apresentam características peculiares, como a habilidade de fazer juju, possuir um cara humana e outra espiritual.  As pessoas-leopardos tem suas próprias regras, moeda, costumes e lugares próprios ao redor do mundo que são desconhecidos pelas ovelhas.  De início pode parecer tudo um pouco confuso e de certa forma este foi uma fato que me fez gostar ainda mais da trama, pois assim como Sunny que graças aos seus novos amigos acaba descobrindo que é uma agente livre (pessoa-leopardo que não possuí ninguém na família compartilhando da mesma condição), ele se sente confusa, em relação e tem que aprender tudo aos poucos e junto com elas também vamos aprendendo. Entre um capitulo e outro temos trechos do livro Fatos rápidos para agentes livre, um livro introdutório ao qual Sunny tem acesso para entender melhor onde elá está se metendo podemos assim dizer.    

Assim como toda boa história de fantasia temos um vilão a ser detido, e Sunny e seus amigos são os escolhidos para lidar com esse grande mal que vem colando em risco toda a humanidade. Pode parecer estranho ver crianças tão novas e até então inexperientes com uma responsabilidade tão grande, mas durante a leitura vamos entendendo o motivo de cada coisa e que tudo isso é apenas o começo de algo maior que está por vir.   



Em 318 páginas a autora nos apresenta uma novo universo onde o dinheiro, neste caso conhecido como chittin,  que é adquirido através do conhecimento, ou seja quando mais você aprende mais você ganha. A habilidade pessoal de cada pessoa-leopardo geralmente é relacionada a alguma "fraqueza" ou "defeito" apontado pelas ovelhas. Ou seja assim como em O orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, as peculiaridade aqui são celebradas. 

As pessoas se concentram demais em dinheiro. O dinheiro deve ser uma ferramenta, e não um prêmio.  

Conforme vamos conhecendo um pouco mais da cultura africana através da culinária, do modo de se vestir, das crenças e costumes vamos percebendo o quão notável é essa influência em nossa cultura, em especial em alguns lugares do nordeste. E esses detalhes nos fazer querer saber mais sobre, e assim como Sunny e suas descobertas sobre quem ela realmente é, sua família e seu lugar no mundo, também ansiamos no final da leitura sabermos mais sobre nossa história, de como nossa cultura se formou, nossos mitos, enfim saber mais nossa a imensidão cultural que o Brasil apresenta.  


Acredito que a comparação com Harry Potter pode ser algo intimidador e de certa forma soar como algo pretensioso, porém depois do sucesso que ele fez é impossível pensar em magia, criaturas mágicas e não pensar primeiramente nele, ainda que existam outras histórias anteriores a eles que já abordavam a temática com maestria. Então minha dica é não deixe que este detalhe te impeça de dar uma chance para essa história tão rica. Espero que através dessa resenha eu tenha conseguido passar a mensagem principal da história sem entregar nenhum detalhe importante, e ainda despertar seu interesse pela leitura. 

2 Comentários

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  1. Gostei muito!! Eu adoro mitologia num livro!! Fiquei curioso!!

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  2. Esse é um tema que me interessa muito! Que legal que pude saber, por sua resenha desse livro. Já anotei aqui na minha booklist!


    Blog Hey, Missmoon | por Neila Bahia
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    www.heymissmoon.com

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