O Ceifador


Primeiro mandamento: matarás.A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.
📖Skoob  👍Avaliação Final⭐⭐⭐⭐

Você já se perguntou como seria viver em  um mundo sem guerras, desigualdade social, livre de preconceitos, sem a corrupção dos políticos, onde as doenças não são mais temidas e a morte não exista mais?  Provavelmente você assim como eu já se imaginou como seria se pelo menos uma dessas suposições acima fossem reais. 

Em  O Ceifador  o que parece ser um sonho para a humanidade atual se tornou real. Não existem mais governos, nem doenças, religião, desigualdades e preconceitos. Tudo é controlado pela Nimbo-Cúmulo uma especie de inteligencia artificial que assumiu o controle antes que os homens se destruíssem e levassem o planeta junto. A morte agora não é mais uma força da natureza incontrolável, mais um dom dado a poucos.  Com o intuito de controlar o aumento da população e evitar a estagnação do planeta uma vez que a morte foi extinta foi criada a Ceifa, um organização composta por humanos treinados e organizados para coletarem pessoas, em outras palavras é um grupo que possuem licença para matar baseada em 10 mandamentos próprios e que não respondem a Nimbo-Cúmulo. 
Acredito que as pessoas ainda temem a morte, mas apenas um centésimo do que temiam antigamente. Digo isso porque, com base nas cotas, a chance de uma pessoa ser coletada dentro dos próximos cem anos, é de apenas um por cento.
Neste mundo utópico vivem Citra e Rowan, dois adolescentes que levam uma vida normal para os novos padrões,  até  o momento em que seus caminhos cruzam com o do ceifador Faraday. O ceifador no seu encontro com cada jovem vê neles algo que se encaixa perfeitamente naquilo que ele procura em um aprendiz, nenhum dos dois deseja ser um ceifador. 

Nem Cintra, nem Rowan desejam esse destino, mas se tornar um ceifador garante imunidade para toda a sua família, detalhe esse que eles não podem ignorar. Todavia em regra após um ano de treinamento apenas um poderá adquirir o manto e o anel que o ordenará ceifador, enquanto o outro retornará para casa retomando a vida de como se nada tivesse mudado nos meses de ausência. Porém ao aceitarem o desafio de se tornarem aprendizes de ceifador os dois se vêem diante de algo muito maior do que aquilo que eles imaginar ser a Ceifa. Nem tudo é o que parece ser e ao que tudo indica alguns males do mundo antigo parecem que não ficaram no passado e a cada dia crescem mais , feito ervas daninhas em meio a um jardim perfeito. 
O que mais desejo para a humanidade não é paz, o consolo ou a alegria. É que ainda morramos um pouco por dentro toda vez que testemunhemos a morte de outra pessoa. Pois só a dor da empatia nos manterá humanos. Nenhum Deus vai poder nos ajudar se algum dia perdemos isso.
O Ceifador é um livro que eu não tinha grandes expectativas sobre, e o escolhi para ler este mês pois se encaixava com o tema fantasia proposto pelo Clube do Livro que estou participando, mas que me conquistou já nas primeiras páginas. Este é o primeiro livro que leio do Neal e fiquei surpresa com a sua forma de escrita e a maneira que ele desenvolveu a história. Em alguns momento eu me vi pensando a aposto que isso vai acontecer é tão previsível e no capitulo seguinte ele mostrava o quanto eu estava enganada. É como  se durante a leitura tivéssemos a sensação de sabermos todas as respostas e de repente mudam-se todas as perguntas.  O livro é dividido em 5 partes que mostram perfeitamente a evolução dos protagonista até seu destino final. A história é narrada em terceira pessoa, exceto que antes de cada início de capitulo temos acesso a um trecho do diário de um ceifador, em sua maioria são relatos da ceifadora Curie, que ao longo da trama vocês perceberam a importância dela para o desenrolar das coisas. Isso é tudo o que posso contar a vocês sem estragar a graça das descobertas durante a leitura. 



Este livro sem sombra de dúvidas já entrou para minha lista das melhores leituras de 2017. Neal conseguiu criar uma história ágil, envolvente ao mesmo tempo que faz uma séria crítica sobre as virtudes e vícios da humanidade, nos levando a uma profunda reflexão sobre o que nós torna humanos, o conceito de vida e morte e qual é o nossa lugar na sociedade. Enfim se você ainda não conhece o O Ceifador lhe aconselho a dar uma chance para essa história. 

obs: Segundo o autor nos agradecimentos está sendo rodado um longa-metragem baseado neste livro. 


15 Comentários

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  1. Olá!
    Super curti a resenha.
    Eu tenho este livro aqui em casa, mas não li ainda. Na verdade, ainda não sabia direito do que se tratava, com sua resenha pude ter uma ideia.
    Só a pergunta inicial já me fez pensar bastante... Vou lê-lo o mais rápido possível. Foi muito bom saber que é uma leitura ágil e envolvente.
    Um super beijo!
    Thami, Blog Historiar.

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  2. viver num mundo sem guerras e desigualdades parece um pouco utópico
    logo agora que assistimos diariamente ao caos com atentados e presidentes lunáticos a comandar o mundo :) e só por isso já acho que vale a pena ler o livro, pelo menos sentir um pouco de esperança que o mundo possa melhorar :)

    beijos
    Vânia
    Lolly Taste

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  3. Eu tô louca pra ler esse livro! Ao contrário de ti, que não estava empolgada pra leitura, eu estou empolgadíssima desde que ele foi anunciado! Tua resenha só contribui pra me fazer ter mais vontade ainda de ler, hahaha

    ;*

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  4. Eu já tinha visto essa capa linda da Seguinte e fiquei pensando sobre o que se tratava a história e, depois de ler sua resenha eu só sei que precisooo desse livro! ahahah
    Que enredo mais incrível e adoro os temas que são discutidos!
    xoxo

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  5. Olá! Menina, esse livro está em todo canto, só se fala dele! Adorei a sua resenha e fiquei bem interessada (mais ainda) pelo livro, acho que consegui entender um pouquinho do porquê de tanto sucesso entre os leitores.

    Beijos!

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  6. Achei super legal o enredo e com certeza leria! Parece ser uma história cheia de reviravoltas, bem do jeitinho que eu amo hahaha
    Beijos,
    http://www.nomundodaluablog.com/

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  7. Oi tdo bom?
    Adorei o enredo da história. Mas o que me conquistou como uma possivel leitora foi o trecho do livro: "É que ainda morramos um pouco por dentro toda vez que testemunhemos a morte de outra pessoa. Pois só a dor da empatia nos manterá humanos. Nenhum Deus vai poder nos ajudar se algum dia perdemos isso." Que trecho maravilhoso!

    XOXO

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  8. Olá me parece ser uma leitura que dividi opiniões, já vi outras resenhas sobre esse livro gostei muito da premissa, parabéns pela resenha, já adicionei na lista de desejos!

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  9. Não sei o que esperava desse livro, mas após ler seu post sobre ele achei o assunto interessantíssimo. Discutir a importância da morte para que não deixemos de ser humanos? Genial!
    Beijos
    Mari
    www.pequenosretalhos.com

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  10. Seria no mínimo bizarro um mundo sem mortes, digo, pessoas imortais. Estou acompanhando muitas resenhas desse livro e quero muito ler, adorei a perspectiva da história.

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  11. Olá, tudo bem?

    Tenho visto várias resenhas e divulgações desse livro, parece que é muito legal, adorei a premissa.
    Beijos

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  12. Oie
    eu recebi o livro da editora e parece ser bem legal mas não sei se leria por agora, não é um estilo que me atraia e a grossura dele me assusta mais ainda hgahaha mesmo assim esta na lista de possibilidades

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  13. Tua resenha me deixou ainda mais curiosa omg necessito ler essa obra.

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  14. A primeira coisa que me veem a cabeça quando se trata dessas historias idílicas e utópicas é que para dar certo ou ser minimamente crível, deve haver uma mudança total no conceito psicológico do que tange nossa sociedade atual. Imagine um mundo onde as pessoas fazem o que estiverem a fim, sem o medo que o inferno causa, ja que não existe mais religião, agora some isso ao fato de que pode-se fazer o que quiser pois não ha morte... Isso me soa quase como um desastre, ainda mais quando a gente lê teorias no campo filosófico sobre o estado de natureza.
    Sei lá, dorei sua resenha, mas teria que pegar esse livro na mão e ler pelo menos a primeira pagina pra ver se compro a trama.
    bjos LP
    quatroselos.blogspot.com.br

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  15. Oii

    Viver numa sociedade como a desse livro é um sonho!

    Faz um tempo que baixei ele para ler, mas não tive oportunidade de fazê-lo ainda, vou fazer isso o mais rápido possível pois sou completamente apaixonada pelas publicações anteriores do autor aqui no Brasil e também por sua escrita. Beijos

    http://internautanerd.blogspot.com.br/2017/07/a-cor-purpura-de-alice-walker.html?m=1

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@profanofeminino