Bullying - agressões e possíveis consequências


Recentemente, assisti a série 13 Reasons Why no Netflix, que fala sobre bullying, dentre outros assuntos. Não pretendo fazer uma resenha no sentido literal da palavra, mas é possível fazer algumas observações. É uma série americana, baseada no livro Thirteen Reasons Why (2007), escrito por Jay Asher. Foi feita uma adaptação por Brian Yorkey para o catálogo Netflix. Conta a história de uma garota que sofre com atitudes que considera negativas por parte de seus colegas de escola. Seus sentimentos são muito feridos e ela chega ao ato extremo do suicídio.

Infelizmente, muitas crianças e jovens sofrem bullying e ao invés de pedir ajuda aos pais, escondem esse sofrimento, achando que estes não os compreenderão ou não poderão ajudar.

Esse tipo de violência pode ser sofrida desde o início da vida, porque há relações de conflito na infância e adolescência. É curiosamente manifestada nos ambientes mais íntimos, como casa, escola e entre amigos, de maneira mais frequente. Mas o bullying, além desses lugares citados, pode ocorre em todos os lugares onde há relações interpessoais, como clubes, prisões, Forças Armadas, locais de trabalho e até igrejas.


O verbo to bully em inglês, com o significado de ameaçar, intimidar e dominar, gerou o termo bullying, sendo um conjunto de comportamentos agressivos que tem preocupado muito os pais, os professores e a sociedade em geral. É o assédio de uma vítima por uma pessoa ou um grupo de pessoas, que para ser caracterizado, precisa acontecer de forma repetitiva. Há ousadia e algumas vezes até barbárie por parte do agressor ou agressores. O intuito é subjugar psicologicamente a vítima, ofendendo a integridade física e psíquica. O autor do bullying, também chamado de bullie ou agressor, normalmente sente a necessidade de liderar, demonstrando dessa forma, com agressões, ser o mais forte, ter o poder. A vítima ou alvo sente-se acuada e tem medo de contar aos pais ou professores. Há a testemunha que vê tudo, mas não toma partido nem compartilha com ninguém o que vê. E há ainda aquele que ora sofre e ora pratica o bullying (vítima/autor).

Não é um fenômeno novo, mas muito antigo, porém no Brasil não se ouviu na mídia falar a respeito de bullying até o final do século XX.
Em vários países, os estudos realizados demonstram que pelo menos dez por cento das crianças são vítimas regulares dessa violência.

A ampliação do acesso às novas tecnologias da informação tem sido aproveitada pelas crianças e adolescentes para extrair as práticas do bullying do espaço da escola, disseminando-as também por meios eletrônicos. Esta prática tem sido definida pelos estudiosos como cyberbullying e podem ser utilizadas as redes sociais, normalmente com difamações, boatos e criação de perfis falsos ou mensagens de celular com xingamentos e textos caluniosos.


Pesquisa feita sobre o bullying mostra dados interessantes em Bullying Escolar no Brasil - Relatório Final, dentre eles, mostra que os agressores são preponderantemente do sexo masculino, se concentram na faixa etária de 12 a 14 anos e cursam o 7.º ano, porém não há diferença significativa no que diz respeito à cor/etnia.

Enfrentei, como professora, esse tipo de problema em sala de aula. Em uma turma de 8.º ano, um dos alunos era muito “zoado”, como dizem os jovens. Eu sempre tentava intervir, mas o próprio aluno não pedia ajuda e ainda falava que era tudo brincadeira. No entanto, uma certa vez durante uma aula, ele teve sua bermuda totalmente puxada para baixo por um dos “colegas”. Nessa hora então tive argumento suficiente para tomar uma providência em relação ao ocorrido. Dirigi-me à coordenação e relatei o ocorrido, tendo sido então tomadas as providências necessárias por parte da direção da escola.


Apesar de já ser bem “grandinha”, passei por uma situação constrangedora num curso que terminei recentemente. Uma das alunas, tentou colocar o restante da turma contra mim. Alegou que eu estava tentando roubar profissionalmente o lugar deles que são mais novos. Havia iniciado o curso e me empenhava para realizar todas as tarefas da melhor forma. Isso começou a ser visto por essa pessoa como motivo para se tornar minha inimiga e para “envenenar” aos demais. Conversei com minhas professoras e estas me orientaram a informar se houvesse qualquer tipo de agressão direta por parte da pessoa. Graças a Deus isso não aconteceu.

Quanto às punições, apesar de ainda não existir lei no âmbito federal, estas já estão nas leis municipais ou estaduais de alguns lugares do Brasil, traçando diretrizes para os professores prevenirem e evitarem o bullying. São considerados atos infracionais quando quem pratica tem menos de 18 anos, mas para quem tem mais de 18 anos, a punição é de acordo com o Código Penal. Há também punição civil com indenização à vítima, sendo os pais responsáveis por essa indenização, se o agressor for menor.

A denúncia tem que ser feita o quanto antes, porque algumas vezes, o reflexo dessa agressão é muito drástico e algumas tragédias já aconteceram em função disso. É necessário que a pessoa que sofre de bullying, peça ajuda para que providências sejam tomadas, antes que seja tarde. Quando estudava a respeito, assisti ao filme “Bang-bang, você morreu”, que trata muito bem do assunto. #ficaadica

Raquel é Pós-Graduada na área da Educação, Graduada em Educação Física, Técnica em Nutrição e Dietética, Técnica de Informática e dona do Mania de Organizar e Viver Saudável, blog que ela criou  para dividir com pessoas amigas ou que ainda se tornarão, informações em geral. 

7 Comentários

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  1. Olá! :)
    Adorei o seu post! Acho que estamos num momento que, por mais difícil que ainda seja, as pessoas falam sobre isso e é agora que temos que mostrar o quanto o bullying é perigoso. Na minha época de escola eu passei muito por isso e ainda era uma criança tímida. Nunca na vida pensei em contar para alguém. Precisamos aproveitar que o tema aparece cada vez mais na mídia para proteger os jovens.

    Beijos
    http://www.dezoitoprimaveras.com.br/

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  2. Foi um prazer participar do seu blog com esse post. Agradeço o convite. Que venham outros desafios. Bjs.

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  3. Sinceramente, salvo raros professores, a escola não está nem aí, eu estudei em mais de 5 escolas, precisando pular de uma pra outra, e nenhum colégio, nenhuma direção, e poucos professores realmente estavam ali para ajudar.
    A instituição vive dizendo que vai castigar quem comete bullying, mas por experiência própria, sei que é mentira :c

    Com amor,
    Bruna Morgan

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  4. Adorei o texto e depoimento da Raquel.Tema que deve ser falado e bem tratado sempre! beijos às duas,chica

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  5. Olá! Eu achei o post muito interessante. Você fala sobre bullying abertamente, sendo que em muitos lugares isso é um tabu. O post ficou muito bom mesmo! Parabéns! Beijos

    www.brincandodeolivia.com

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  6. Olá! Adorei o post, especialmente por ter focado em outras áreas onde o bullying acontece, porque é importante mostrar que não é só na escola. Não é bobagem de criança, não é frescura e qualquer um pode ser vítima em qualquer lugar de convivência em grupo.

    Beijos!

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  7. Post muito bem escrito e um assunto que nunca deveria sair de pauta pois o bullying não escolhe idade,lugar...muito bom saber que o assunto está sendo tratado com mais respeito pois só quem sofre ou sofreu esse constrangimento que sabe como é...beijos e sucesso

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