Simpatias para beleza

Você beijava super bem. “Caras certinhos não beijam assim”. Sorriso. “O cacete que não beijam”. Igualzinho em Bridget Jones. Era o tipo de beijo que, quando acaba, faz a gente se perguntar onde está. Tão carinhoso e tão macio. Mãos de médico que passeavam pela minha barriga. Vez ou outra analisava meus braços pra saber o quanto me arrepiava. E eu sorria. Você sempre me arrepiava bastante.

O lugar não era muito adequado, mas o seu carro era o único lugar quente no meio da chuva e eu jamais deixaria que você me soltasse. Você disse umas coisas que me fizeram sorrir. Você é muito bom com elogios. Não houve pressa na hora de tirar minhas roupas e tive a impressão de que minha langerie deu uma surra em você. Sem ofensas.

Seu corpo era forte e eu só queria ter uma câmera em mãos. Apesar de habilidoso eu senti que havia algo mais. Não sei se era porque não havia pressão ou preocupação, não sei se era a chuva de trilha sonora e nem mesmo sei se era alguma coisa em específico. Mas me senti, pela primeira vez, fazendo a coisa certa. Do jeito certo, entende?

Acho que aquela deveria ter sido a minha primeira vez. Porque não houve vez melhor. Nem acho que vá haver. Bons momentos são raros, ainda mais para quem, como eu, vive na destruição. Mas eu achei que você devia saber que o apelido que te coloquei não poderia ter sido melhor. Você beira a perfeição, Senhor Adrenalina.