Fabrício Carpinejar



Vocês já ouviram falar nesse nome, Fabrício Carpinejar? Se não, eu vou contar um pouquinho sobre ele.

É um poeta e jornalismo brasileiro, nascido em Caxias do sul no dia 23 de outubro de 1972. Tem vários livros publicados como O amor esquece de começar, Diário de uma apaixonado, e o mais recente crônicas de amor e sexo. Além de carregar com sigo diversos prêmios, entre eles Prêmio Cecília Meireles, da União Brasileira de Escritores (2002), Prêmio Nacional Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (2003). Eu separei um texto dele para vocês, que é um dos que eu mais gosto e quem gostar pode seguir ele no Twitter @CARPINEJAR ele ta sempre colocando frases bem legais.




Adeus, meu amor, logo nos desconheceremos. Mudaremos os cabelos, amansaremos as feições, apagarei seus gostos e suas músicas. Vamos envelhecer pelas mãos. Não andarei segurando os bolsos de trás de suas calças. Tropeçarei sozinho em meus suspiros, procurando me equilibrar perto das paredes. Esquecerei suas taras, suas vontades, os segredos de família. Riscarei o nosso trajeto do mapa. Farei amizade com seus inimigos. Sua bolsa não se derramará sobre a cadeira. Não poderei me gabar da rapidez em abrir seu sutiã. Vou tirar a barba, falar mais baixo, fazer sinal da cruz ao passar por igrejas e cemitérios. Passarei em branco pelos aniversários de meus pais, já que sempre me avisava. O mar cobrirá o desenho das quadras no inverno. As pombas sentirão mais fome nas praças. Perderei a sequencia de sua manhã - você colocava os brincos por último. Meus dias serão mais curtos sem seus ouvidos. Não acharei minha esperança nas gavetas das meias. Seus dentes estarão mais colados, mais trincados, menos soltos pela língua. Ficarei com raiva de seu conformismo. Perderei o tempo de sua risada. A dor será uma amizade fiel e estranha. Não perceberei seus quilos a mais, seus quilos a menos, sua vontade de nadar na cama ao se espreguiçar. Vou cumprimentá-la com as sobrancelhas e não terei apetite para dizer coisa alguma. Não olharei para trás, para não prometer a volta. Não olharei para os lados, para não ameaçá-la com a dúvida. Adeus, meu amor, a vida não nos pretende eternos. Haverá a sensação de residir numa cidade extinta, de cuidar dos escombros para levantar a nova casa. Adeus, meu amor. Não faremos mais briga em supermercado, nem festa ao comprar um livro. Não puxaremos assunto com os garçons. Não receberemos elogios de estranhos sobre nossas afinidades. Não tocaremos os pés de madrugada. Não tocaremos os braços nos filmes. Não trocaremos de lado ao acordar. Não dividiremos o jornal em cadernos. Não olharemos as vitrines em busca de presentes. O celular permanecerá desligado. Nunca descobriremos ao certo o que nos impediu quem desistiu primeiro, quem não teve paciência de compreender. Só os ossos têm paciência, meu amor, não a carne, com ânsias de se completar. Não encontrará vestígios de minha passagem no futuro. Abandonará de repente meu telefone. Na primeira recaída, procurará o número na agenda. Não estava em sua agenda. Não se anota amores na agenda. Na segunda recaída, perguntará o que faço aos conhecidos. As demais recaídas serão como soluços depois de tomar muita água. Adeus, meu amor. Terá filhos com outros homens. Terá insônia com outros homens. Desviará de assunto ao escutar meu nome. Adeus, meu amor.

5 Comentários

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  1. Nunca tinha ouvido falar dele. heehe
    beijo

    Marina Alessandra do blog Pelos Dezoito
    @mariinaale

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  2. Nunca tinha ouvido falar e eu simplismente amei!
    http://on29thjune.blogspot.com.br/

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  3. Ooi amei seu blog ele é lindinho eu to seguindo se vc quizer seguir o meu??
    one-teens.blogspot.com()

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  4. Acho que foi o facebook que o deixou famoso...

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  5. Eu adoroooooooooooo o Carpinejar! Ele é muito inteligente e escreve crônicas e contos como ninguém!

    Tirei uma foto com ele na Bienal de SP e fiquei louca! Ele estava todo vestido de cor de rosa :)

    beijos

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@profanofeminino