Capt. 4 - Inocencia perdida

Capitulo IV



 Até que a The Mosquito Fhoto não era tão ruim, pelo menos eles eram melhores que Stan tentando tocar violão e estragando uma música do Bon Jovi no meu aniversário de 16 anos.Com o passar da festa acabei deixando de lado o meu desconhecido e resolvi realmente aproveitar, afinal, eu estava parecendo uma velha rabugenta reclamando de tudo.Como música de encerramento tocaram Paradise City, e sinceramente foi o ápice da apresentação eu estava empolgada, pulando e cantando, até que eu literalmente atropelo alguém.Pedi desculpas mas nem olhei para o lado.Mas ao tentar levantar os braços para bater palmas, percebi que minha pulsera havia prendido o cachecol da pessoa que eu esbarrara momentos antes.Então, me virei, e nesse momento tudo ao meu redor ficou silencioso.Ele era de tirar o fôlego.Os olhos eram de um azul incomum,tão límpido.Uma das sobrancelhas estava levantada como que dizendo : ‘Desculpe-me por isso’ ; mas ao mesmo tempo tinha um tom de malícia, como se declaradamente ele não sentisse nem um pouco por aquilo.O rosto era anguloso, quadrado e imponente.O cabelo era preto , na verdade muito preto e estava um pouco crescido.Era bagunçado, mas se encaixava em seu rosto e caía perfeitamente em sua testa.A roupa, era de dar inveja em qualquer modelo, na verdade ele próprio parecia um modelo da Vogue, com uma jaqueta preta por cima da blusa branca cujo corte deixava um pouco de seu peito à mostra, detalhe esse que era disfarçado pelo cachecol preto, colocado de forma displicente ao redor do pescoço.A sua boca bem desenhada e cheia esboçava um pequeno sorriso de lado.
    Ao perceber que eu não iria falar nada ele disse:
    - Tenho que concordar que, na maioria das vezes, pulseiras e cachecóis não são uma boa dupla mas parece que temos aqui uma exceção.
     Ao escutar sua voz brincalhona, me forcei a ter uma reação e falei:
     -Desculpe-me por isso, eu estava distraída.
     Então tentei soltar minha pulseira do cachecol, mas estava nervosa e o meu esforço acabou sendo inútil, ele, percebendo isso, deu um sorriso, revelando os dentes perfeitamente brancos e alinhados e disse:
    -Deixe que eu cuido disso.
    E com uma facilidade que me deixou envergonhada nos desprendeu.Ele olhou para o palco, e como eu, constatou que faltavam poucos minutos para o término da música.Então, começou a cantar e bater palmas, declaradamente se divertindo.Como era fascinante apenas observá-lo, tinha uma elegância e sutileza incomuns que até mesmo no ambiente em que nos encontrávamos, um show de rock, lhe caía perfeitamente bem.Ele olhou para mim encorajando-me a fazer o mesmo.Fiquei sem saber o que fazer e comecei a mexer-me como um robô devido ao nervosismo de tê-lo ao meu lado.Tentei relaxar e deixei a música ditar como eu deveria dançar.Quando percebi estávamos rindo e cantando juntos, em um universo privado onde todas aquelas pessoas ao nosso redor não poderiam entrar.Quando a música acabou, as pessoas começaram a sair do galpão, com o rosto um pouco corado pelos movimentos, ele olhou para mim e antes de se retirar disse:
    -Foi um prazer.
    E assim tão repentino como começou, acabou.Ele tinha ido embora e eu ficara ali sem saber direito o que havia acontecido e, o pior, sem pelo menos saber seu nome.Ana chegou até mim com T.J e me convidou para ir ao café, uma espécie de pós-show, recusei o convite e me despedi.
     A noite estava fria e eu estava sentindo-me terrivelmente culpada por ter deixado Gabe sozinho, enquanto eu me divertia, sem pensar nele por horas inteiras.Com esse pensamento acelerei, desejando chegar em casa o mais rápido possível.
     Estacionei o carro na garagem e quando ia colocar a chave na fechadura, com o meu impulso, a porta abriu-se sozinha, o que significa que eu havia deixado a porta aberta.Mas eu não me recordava de não tê-la trancado.Subi em disparada as escadas até o quarto de Gabe e para o meu alívio o meu pequeno anjo estava dormindo, e o mais importante, em segurança.
     Fui para o meu quarto e desabei na cama.Tirei as botas, que machucavam meus pés pelos seus vários centímetros de salto.Ao deixar minha calça na cadeira de minha escrivaninha percebi que havia sobre ela uma espécie de embrulho com um bilhete ao lado.Peguei o embrulho e percebi que na verdade era um pequeno saco de veludo azul com estrelas prateadas por toda a sua extensão.O bilhete que o acompanhava dizia : ' Eu estou perdido na beleza'.E este estava escrito na mesma letra bem desenhada do outro bilhete que eu recebera.
     O pequeno saco continha uma pequena guitarra, como um pingente só que um pouco menor, extremamente detalhada e feita em pedra, e pelo pouco que eu conhecia, poderia dizer que era a pedra ágata, na verdade uma de suas variações.A sua cor era exótica, uma mistura de azul com verde e a guitarra em miniatura estava presa a uma espécie de feixe prateado, a mesma estrutura que acompanha os pingentes.
    Quem sabia que eu havia ido em um show de rock naquela noite? Na verdade, poderia ser qualquer um porque o evento havia reunido praticamente todos os jovens da cidade.Mas o mais intrigante: como isso veio parar no meu quarto?

Não percam o próximo capitulo... sugestões são sempre bem vidas.

Leia os capítulos anteriores: Capítulo I - Capítulo II - Capítulo III

2 Comentários

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  1. Lgal o texto.. Quando eu tiver mais tempo eu volto p ler desde o começo.
    AH! Dá uma passadinha no meu blog, tem promoção ;D
    www.so-beleza.blogspot.com

    Beijos :*

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  2. Por favor não pare de escrever... Estou louca p/ saber o final (apesar de eu achar que nem vc sabe)!Nem preciso dizer que adorei não é? Beijos :) D.i

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